Alexandre Santini será novo presidente da Fundação Casa Rui Barbosa

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Secretário municipal de Culturas de Niterói-RJ, o novo presidente da entidade atua em nível nacional e internacional como articulista, consultor, assessor e parecerista em projetos e políticas culturais.

O atual presidente do Fórum de secretários e dirigentes municipais de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Santini, foi convidado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao MinC. Santini disse estar muito honrado com o anúncio e destacou a necessidade de reconstrução de políticas culturais no Brasil.

“A Casa Rui Barbosa é uma instituição importantíssima, centenária, que tem um corpo técnico de servidores altamente qualificado, mas foi totalmente atacada durante o governo Bolsonaro”, afirmou o gestor público ao Portal Vermelho.

“Acreditamos que será possível desempenhar ali um bom trabalho e estamos nesse sentido muito honrados com a missão, muito feliz e esperançosos. É mais um trabalho de reconstrução, mais uma tarefa que a gente encara no sentido do que preconiza o governo do presidente Lula que é a união para a reconstrução nacional”, disse Santini.

Ele destacou ainda o valor da instituição, a transversalidade com outras pastas e o aprimoramento da Casa. “A ideia é no sentido que seja também um lugar para se pensar em monitoramento de indicadores na área da cultura, de conhecimento, produção de estudos e pesquisas, seminários, que incorpore estudos e pesquisas”. Para tanto, se cria uma forte relação da entidade com a área de ciência e tecnologia, com programas de pós-graduação.

A entidade abriga o museu-casa, biblioteca, arquivo documental, que inclui peças de mobiliários, objetos decorativos, veículos antigos, além do jardim com mais de 9000 metros quadrados, uma das poucas áreas verdes de Botafogo. Abriga ainda importantes arquivos privados de cerca de 130 escritores brasileiros, como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Vinicius de Morais e Manuel Bandeira.

Com 43 anos, o novo presidente da entidade, Alexandre Santini tem um currículo vasto na área, é especialista em políticas públicas de cultura, mestre em Cultura e Territorialidades, bacharel em Artes Cênicas, docente, pesquisador e escritor. No contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil, participou ativamente do processo de elaboração e aprovação da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc de autoria da deputada federal, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e co-autoria de outros parlamentares.

Santini também foi um dos coordenadores da Articulação Nacional de Emergência Cultural. Foi o criador e editor de conteúdo do Canal Emergência Cultural, que realizou diversas iniciativas de articulação e formação de gestores e agentes culturais em todo o país. Ele participou do grupo de trabalho de Cultura da equipe de transição do governo Lula.

Atuação bolsonarista

Santini substitui a “novelista” Letícia Dornelles, exonerada em dezembro do ano passado, alegando ter sofrido ameaças pelo então secretário da Cultura do governo Bolsonaro, ator Mário Frias. A gestão de Letícia à frente da instituição sofreu, nos últimos anos, frequentes turbulências, foram denúncias de aparelhamento, perseguição política, afastamento de diretores e quadros técnicos e práticas de autopromoção da diretora. Um exemplo foi a autocondecoração de Letícia com a Medalha Rui Barbosa, concedida pela própria instituição que ela presidia, em cerimônia realizada em novembro do ano passado. Fato este, que intrigou a comunidade cultural.

Segundo funcionários e acadêmicos, a gestão de Letícia foi a mais representativa do caráter nefasto do bolsonarismo sobre a cultura do Rio de Janeiro. Eles denunciavam que a diretora não tinha qualquer qualificação para o cargo e além disso, perseguia seus funcionários.

Acervos e objetivos da fundação

A Casa Rui Barbosa é uma instituição ligada ao governo federal. Seu objetivo é desenvolver a cultura, pesquisa e ensino divulgando a obra e a vida de Rui Barbosa.

O patrono da fundação viveu na casa com a sua família na Rua São Clemente, em Botafogo, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1895 a 1923 quando morreu, aos 73 anos de idade. O casarão do século 19 é uma das mais antigas construções remanescentes do bairro de Botafogo.

Construída em 1850, o prédio e o seu interior como o mobiliário, a biblioteca e o acervo de propriedade intelectual com cerca de  35.000 volumes foram adquiridos pelo governo brasileiro após sua morte.

Além de obras privadas de centenas de autores brasileiros, a Casa abriga o Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos, recebe visitações, presta serviços como cursos, oficinas e seminários acadêmicos e científicos. Realiza atividades de restauração, pesquisa, projetos e experimentação de técnicas e procedimentos aplicados no restauro de obras de arte e documentos raros. Realiza ainda eventos de música, cinema, literatura, dança e teatro.

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Rui Barbosa nasceu em Salvador (BA) em 5 de novembro de 1849, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e seu presidente entre 1908 e 1919. Foi advogado, jurista, jornalista, político, senador, ministro e diplomata brasileiro. Enquanto Senador da República ajudou a escrever a Constituição de 1891. Ele representou o Brasil na Conferência de Haia, quando ficou conhecido como “O Águia de Haia”.

Perfil novo presidente

Foto: Facebook

Alexandre Santini é especialista em políticas públicas de cultura, pesquisador, dramaturgo fe escritor, graduado em Artes Cênicas/Teoria do Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com mestrado em Cultura e Territorialidades pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Docente convidado dos programas de Pós-Graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária, da FLACSO (Argentina), e do mestrado profissional em Gestão Cultural e Políticas Culturais, da  Universidad Andina Simón Bolívar (Equador).

Foi diretor de Cidadania e Diversidade Cultural no Ministério da Cultura, em 2015 e 2016, autor do livro “Cultura viva comunitária: Políticas culturais no Brasil e na América Latina”.

Também ocupou o posto de diretor do Teatro Popular Oscar Niemeyer, vinculado à Fundação de Arte de Niterói (FAN), entre 2017 e 2021. É atualmente secretário municipal das Culturas de Niterói (RJ).

Fonte: Vermelho.org

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