Pivôs de um acalorado debate sobre gênero nas Olimpíadas e engrenagens da guerra cultural entre progressistas e conservadores, as boxeadoras Imane Khelif, da Argélia, e Liu Yu-ting, de Taiwan, também são involuntariamente marionetes de uma disputa política que se desenrola há anos entre o COI (Comitê Olímpico Internacional) e a entidade que comanda o boxe amador no mundo, hoje chamada IBA (Associação Internacional de Boxe), ex-Aiba.
As diferenças entre o COI e a IBA, que parecem atingir seu auge em Paris, ganharam força com a ascensão de Umar Kremlev ao comando da associação de boxe, no final de 2020. Trata-se de um aliado de Vladimir Putin com dinheiro e poder crescentes no Kremlin e um histórico obscuro e enrolado.
Fabio Victor/Folhapress / Foto: Kremlin.ru/Divulgação via REUTERS