Aneurisma cerebral: descubra o que é e quais as suas causas

saúde

O mês de setembro se dedica a conscientizar a população acerca da doença

aneurisma cerebral é uma dilatação que acontece na parede das artérias cerebrais. Tal processo ocorre em pontos de fragilidade dessa parede, principalmente em regiões de bifurcação arterial. 

Segundo o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola, na maioria das vezes, a dilatação é sacular, ou seja, em forma de um balão. “Nada mais é do que realmente um balão que se forma na parede da artéria. Então, como todo balão, a parede dele é mais frágil do que a parede da artéria convencional. Por isso, o risco é de o aneurisma estourar, romper e aí fazer um AVC hemorrágico”, relata o especialista.

Quais são os fatores de risco do aneurisma cerebral?

Alguns aspectos podem favorecer a formação do aneurisma. É o caso de pressão alta, tabagismo e de componentes genéticos. Isso porque muitos casos apresentam histórico familiar para a doença, podendo indicar uma maior propensão para seu desenvolvimento.

Nesse sentido, a orientação é que parentes de primeiro grau de um paciente que tem aneurisma cerebral façam exames para detectar se também possuem. 

Quais os seus sintomas?

O especialista esclarece que, na maioria das vezes, os aneurismas são assintomáticos até que eles rompam, culminando no AVC hemorrágico. Por isso, nos casos em que são descobertos antes do rompimento, o paciente faz o exame por outro motivo.

“Tem aqueles casos de aneurisma muito grande, com mais de 2 ou 3 centímetros.  São tão grandes que eles funcionam como se fosse um tumor. Aí eles podem começar a comprimir estruturas cerebrais e dar sintomas, como dor de cabeça, perda visual, tontura, mas não é a regra, esses são casos bem raros.”, explica o neurocirurgião. 

Após o rompimento do aneurisma, os sinais mais comuns são dores de cabeça intensas, perda de consciência, convulsões e confusão mental. 

Como se diagnostica o aneurisma cerebral?

O diagnóstico pode ser feito por dois exames não invasivos, a angiotomografia de crânio ou a angiorressonância magnética de crânio, que vão estudar as artérias cerebrais. 

Caso esses exames sejam positivos para o aneurisma, o ideal é que se faça uma angiografia cerebral. O procedimento busca estudar as artérias e as veias do cérebro, e por meio dele confirmar o aneurisma e suas características. 

Além de uma maior propensão à doença por pacientes tabagistas e hipertensos, há uma maior incidência no público feminino. “Ali, aproximadamente 60, 65% dos pacientes são mulheres.  Então, as mulheres são mais propensas a ter aneurisma cerebral, e normalmente acomete pessoas de meia-idade, entre 50 e 60 anos.”, esclarece Victor.

Entenda as opções de tratamento

Em alguns casos, não é necessário tratar os aneurismas, já que podem ser lesões pequenas, com baixo risco de sangramento. Nessas condições, a chance de uma complicação cirúrgica é maior do que a chance de rompimento. 

Já para lesões que devem receber tratamento, existem duas formas. A microcirurgia é a clipagem do aneurisma cerebral, uma cirurgia na qual o crânio é aberto. O objetivo dessa abordagem é expor a artéria que tem o aneurisma e colocar um clipe para interromper o fluxo de sangue dentro dele. 

Outro método é o cateterismo, um tratamento minimamente invasivo. Nele, há o acesso interno das artérias por meio da utilização de dispositivos como molas e balões. Posteriormente, há o fechamento que interrompe a circulação do sangue dentro do aneurisma sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica aberta. 

Por fim, é fundamental buscar a orientação de profissionais como o neurocirurgião vascular ou um neurorradiologista intervencionista. Isso porque a doença é muito específica e exige especializações para que o tratamento seja seguro e assertivo caso a caso. 

Sobre conscientização, Victor enfatiza que é importante realizar o diagnóstico antes do rompimento do aneurisma. Dessa forma, o tratamento será mais simples, já que não há consequências de sangramentos. Além disso, o tratamento posterior tem uma alta taxa de mortalidade, e os pacientes sobreviventes apresentam altas chances de adquirir sequelas. 

“É só fazer os exames de triagem, principalmente se você tem sintomas neurológicos ativos. É o caso de uma dor de cabeça nova, ou que mudou a característica, ou ainda que não melhora com o tratamento medicamentoso, e principalmente se você tiver algum parente de primeiro grau que tem histórico de aneurisma cerebral.”, conclui o neurocirurgião.

Fonte: BBC Brasil / Foto: Shutterstock

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