Por – Portal Ipirá City Segunda, 29 de maio de 2023
Antônio Deneval de Almeida, nasceu em 29 de outubro de 1934, em Castro Alves
Em 1930, veio a revolução as coisas ficaram escassas e diante disso era muito difícil adquirir alimentos, a seca ajudou nesse processo de escassez. O pai de Sr. Deneval que tinha loja e venda preferiu fechar e sair para buscar uma vida melhor para família, indo para a cidade de Castro Alves, pois a época, as pessoas, o povo de Ipirá, para ter um meio de sobrevivência e comprar seus mantimentos tinham que sair da cidade no lombo do burro, pois, não havia estradas, mas as pessoas se deslocavam para Castro Alves, por ser a cidade mais próxima de Ipirá. Então seu pai vendeu o que tinha e migrou para lá e de lá foi para Salvador, por ter muito conhecimento com as empresas, que vendia para ele, conseguiu um emprego levando para Capital Baiana, a família, em 1932.
Por volta do ano de 1936 mais ou menos, seu pai foi encontrado morto em Água de Meninos, em Salvador. A morte não havia sido divulgada, apenas um pequeno trecho foi ditado na Gazeta. Após, ficarem sabendo do ocorrido, o tio Afonso Lima, chamou a mãe de Sr. Deneval para retornar até Ipirá, onde seu Avô e sua Avó, os apoiaram.
” Meu Avô, tinha uma fazendinha era criador de bode e nós começamos a sobreviver dessa maneira com a ajuda do meu Avô e minha Avó.”
Naquele período ao chegar os 7, 8 anos ele tinha que ir para escola e começou com seus 13, 14 anos estudando de manhã até o meio-dia e de meio-dia para tarde. Teve que aprender uma profissão, pois, não existia emprego, era um período ruim, não tinha energia elétrica, eram acendidos lampiões na época.
” Comecei com 13, 14 anos a aprender uma profissão, aqui em Ipirá não tinha emprego, a energia veio para cá apenas em 1941, com o motor caterpillar. O intendente, trouxe e então conseguiu que chegasse energia na cidade aquela época. A profissão que aprendi foi barbeiro e com 15,16 anos apliquei algumas injeções que o pessoal pedia, mas nunca cobrei nada. Depois aos 20 anos fui para São Paulo, aqui não tinha emprego nenhum, poucas pessoas tinham trabalho fixo, a coisa ficou difícil, tive que sair. Porém, quando tinha 1 ano e tanto de trabalho, o Presidente Getúlio Vargas, baixou um decreto, dobrou o salário mínimo e as empresas para diminuir as despesas, dispensaram os funcionários mais novos.
”Fui dispensado, busquei emprego durante um mês e pouco, mas ao chega nos lugares que haviam anunciado as vagas, já havia duas ou três pessoas.”
Em 1955 Sr. Deneval, retornou para Ipirá, onde conseguiu ingressar na polícia, após conhecer o amigo Sargento Joaquim Prudêncio da Silva. Os dois jogavam bola juntos e Sr. Joaquim o incentivou ir para a polícia.
Já era feito um concurso de somar, dividir e multiplicar e fazer um ditado. Anteriormente não era assim, as pessoas serviam o exército, vinha com a carteira e a polícia aproveitava. Em 1959, pediu sua transferência para Ipirá, serviu na cidade por 10 a 12 anos, mas atuou em Feira de Santana, Baixa Grande, Itaberaba, Mairi, Valência, formam muitas transferências.
” Servi a polícia e fui transferido várias vezes, mas Deus me ajudou e conseguir me aposentar, já após aposentado comecei a estudar, fiz a oitava série, fiz o segundo grau completo, me formei então em contabilidade e fui tocando a vida para frente. Fiz muitos amigos, inimigos o mínimo possível, pois nunca fui de perseguir ninguém e ajudei muito dos amigos que foram perseguidos, não me arrependo, pois o policial tem que cumprir com a obrigação e era o que fazia, seguindo a linha da honestidade.”
Na polícia, o tempo foi passando e então foi promovido chegando ao cargo de Capitão, se casou aos 30 anos, constituiu uma boa família. Aprendeu tocar violão, um pouco de bandolim, acordeom, aprendeu com o avô que tocava viola e também seus tios, fez algumas músicas e passou um pouquinho do seu conhecimento para seu filho Cleber.
” Em 1985, fui convidado a fazer parte da Loja Maçônica Segredo e Fraternidade de Ipirá, entrei e cumpri com minha obrigação quase 40 anos, fui venerado várias vezes, fui deputado pela ordem, só deixei lá amizades, fiz um trabalho bom na loja, pois encontrei a loja acabada e durante o meu período de atuação. Reformei tudo, organizei tudo direitinho. Fui homenageado pelo irmão Maçônicos, cheguei ao grau maior o 33, que muitos tentam e não conseguem, para chegar ao 33 é um pouco difícil, mas cheguei e isso é uma honra para mim e para o pessoal de Ipirá.”
Sr. Deneval, tem três filhos, uma filha e deixa a seguinte mensagem.
” Quero agradecer a equipe do Ipirácity, ao menino de Vavá (Jorginho) e a todos ipiraenses, aqueles que merecerem, deixo o desejo de felicidade a todos.”