Equipe técnica da agência reguladora e representantes de farmacêuticas buscam definir datas para as análises necessárias
ÉRICA MONTENEGRO
29/12/2020
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem realizado reuniões com representantes dos laboratórios que estão desenvolvendo vacinas no país, com o objetivo de estimar um possível calendário de aprovação dos imunizantes.
No Brasil, estão sendo testados quatro imunizantes: Oxford/AstraZeneca, Coronavac, Pfizer/BioNTech e Jonhson & Jonhson. Os encontros têm o intuito de esclarecer as duas modalidades de autorização para que as vacinas comecem a ser aplicadas na população: o uso emergencial e o registro definitivo. Também são uma oportunidade de questionar os laboratórios sobre as datas de encaminhamento da documentação necessária para a apreciação da agência reguladora.
Até o momento, nenhum dos desenvolvedores de imunizantes solicitou o uso emergencial e três – Oxford/AstraZeneca, Coronavac e Pfizer/BioNTech – iniciaram a “submissão contínua” de documentos, que possibilitará o registro em caráter definitivo. As empresas, entretanto, ainda precisam complementar os dossiês com os resultados dos ensaios clínicos. Na segunda-feira (28/12), o presidente Jair Bolsonaro chegou a criticar os laboratórios por ainda não terem encaminhado à Anvisa a documentação necessária para a aprovação dos imunizantes.
“O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Então, é um mercado consumidor, de qualquer coisa, enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles, então, não apresentam documentação na Anvisa?”, afirmou o presidente a apoiadores.
A equipe técnica da Anvisa se reuniu nesta terça-feira (29/12) com os representantes da Fundação Oswaldo Cruz, que executam a fase 3 de testes da vacina Oxford/AstraZeneca. Na quarta (30/12), há dois encontros marcados: com o representante do laboratório AstraZeneca e com o da Pfizer. A reunião com o Instituto Butantan, que realiza o ensaio clínico da Coronavac, ocorreu ainda antes do Natal. Ainda não foi agendada data com a farmacêutica Jonhson & Jonhson.
Em outros países, foi possível iniciar a imunização da população, com autorizações de uso emergencial concedidas pelas agências reguladoras locais. A primeira vacina a obter esta autorização no mundo foi a da Pfizer/BioNTech, junto à agência reguladora do Reino Unido. No Brasil, entretanto, a empresa declarou que, por questões burocráticas, preferirá seguir a modalidade de registro do imunizante, que demora mais tempo para ser aprovada.
Fonte: Metropole