Marcado para esta segunda-feira (26), o retorno das aulas presenciais no estado da Bahia foi marcado pela baixa adesão dos estudantes e professores. Segundo monitoramento realizado pela Associação dos Professores Licenciados do Brasil – Secção da Bahia (APLB-BA), órgão sindical que representa os professores do ensino público, cerca de 95% dos alunos não chegaram às aulas. “Monitoramos todas as escolas do estado e em nenhuma delas houve uma aula sequer. Apareceram pouquíssimos alunos. Em uma escola de 2 mil alunos, irem 5 não é nada”, aponta Rui Oliveira, presidente da APLB-BA. “Gostaríamos inclusive de parabenizar os pais e mães que não mandaram seus filhos para a escola”, completa o representante.
Para a APLB, o retorno só será possível quando a vacinação atingir toda a categoria com duas doses e for garantido o cumprimento do protocolo de biossegurança. “Estamos negociando com a prefeitura um período de uma semana para checagem de todas as escolas quanto ao protocolo. A própria comunidade vai formar brigadas para garantir que as escolas estão cumprindo as medidas”, explica Rui. Segundo Oliveira, as negociações com a prefeitura estão avançadas e um acordo deve ser fechado essa semana. No caso do governo do estado, uma reunião está agendada para esta quarta-feira (28) para dar continuidade às negociações.
Em entrevista a Mário Kertész no Jornal da Bahia no Ar, da Rádio Metropole, nesta segunda-feira (26), o secretário estadual de educação Jerônimo Rodrigues defendeu que as escolas estão prontas para retomar as atividades. “Nos preparamos para criar o melhor ambiente de retorno. Todas as 2 mil escolas estaduais da Bahia estão 100% prontinhas. Investimos para criar as condições ideais, com dispenser para álcool em gel nos corredores, máscara para todos os alunos”, disse.
O titular da educação ainda comentou a falta de adesão dos professores “Me comprometi com o governador que iríamos gastar nossa energia com o lado de dentro da escola. Estamos nos reunindo com a APLB e pedimos para ver quais são as condições ideais que eles consideram para o retorno. A escola é um ambiente de cuidado. Nós já temos mais de 80% dos professores já tomaram as duas doses. Quem já tomou as duas doses, tem mais de 15 dias, o que justifica esses professores não estarem na sala de aula?”, disse.
Questionado sobre as declarações do secretário, Oliveira disse esperar por um diálogo aberto. “Não adianta discutir teses. Agora que avaliamos a realidade nesta segunda, vamos nos reunir na quarta e esperamos poder conversar com o governo de forma civilizada. Queremos o diálogo”, afirmou.
Fonte: Metro 1