Nascida em 1919, em Vitória da Conquista, na Bahia, a pintora Madalena dos Santos Reinbolt, foi estimulada a fazer arte enquanto trabalhou como empregada da arquiteta Lotta Macedo Soares, em Petrópolis, a partir dos anos 1950. A artista negra, cujo trabalho trazia referências de estrelas e planetas em pinturas e bordados, chegou a representar o Brasil na Bienal de Veneza, em 1976, e ganhará uma retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo (Masp), que foi aberta na última sexta-feira (25).
Ao todo, a mostra “Uma Cabeça Cheia de Planetas”, que tem curadoria de Amanda Carneiro e de André Mesquita, reúne 44 obras produzidas entre 1950 e 1971. As peças ficarão expostas até 26 de fevereiro de 2023, na galeria do 1º subsolo do museu, na capital paulista.
Atualmente, Madalena está presente em coleções públicas de equipamentos culturais como o Museu Afro Brasil e a Pinacoteca e tem a cena pastoril do interior baiano como uma das suas narrativas. Este é o tema dos bordados e pinturas da primeira sala, que justifica o nome da exposição. Ao deixar o meio rural, Madalena mudaria também suas crenças, exemplificadas na segunda sala, onde sua conexão com o catolicismo fica evidente em pinturas de santas ceias e figuras sagradas, chegando a um trabalho abstrato, considerado de grande sofisticação, principalmente para uma artista sem formação como ela.
A exposição pode ser visitada gratuitamente às terças, das 10h às 20h, e com ingressos a R$ 50/R$ 25, de quarta a domingo, das 10h às 18h.
Fonte: Alô alô Bahia
