Por Eduarda Pinto
Uma das árvores centenárias que habitam o centro histórico de Porto Seguro, município na Costa do Descobrimento, chamou a atenção da população após apresentar sinais de adoecimento e “quase morte”. Conhecida como “árvore da vida”, o local se tornou um dos pontos turísticos da região e guarda uma conhecida vista panorâmica da cidade e da orla do município. No entanto, desde o final do ano passado, a planta perdeu grande parte de suas folhas e apresentou sinais de infestação.
Após a repercussão do caso nas redes sociais, por meio de apelos de apoiadores da causa ambiental e figuras políticas de Porto Seguro, a Secretaria de Meio Ambiente divulgou uma nota pública alegando que o processo de adoecimento da árvore foi silencioso e as reações só puderam ser vistas tardiamente. O órgão afirmou que a situação foi causada por uma infestação de besouros e que, a partir desta identificação, as providências para o tratamento da árvore foram tomadas.
Foto: Montagem / Reprodução / Prefeitura de Porto Seguro
Quando procurado pelo Bahia Notícias, o secretário de Meio Ambiente, Junior Jânio, afirmou com exclusividade que a árvore e toda a vegetação da região é monitorada conforme solicitação ou necessidade. “Dentro do possível, fazemos avaliações de sanidade sempre que solicitados ou provocados, como foi o caso. No caso desta árvore, desde setembro de 2023 a mesma vem sendo monitorada, tendo somente agora, apresentado a possível causa.”, escreveu.
Nesta quarta-feira (17), a planta foi isolada no local e o mirante do Centro Histórico ficou parcialmente obstruído para os visitantes. No que diz respeito ao tratamento da árvore, o gestor contou que deve trabalhar com todo o conhecimento científico disponível no estado para tratar o problema, indo além até mesmo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que foi citada como fonte dos recursos utilizados.
Foto: Reprodução/ Prefeitura de Porto Seguro
“Atuaremos seguindo protocolos e metodologias estipuladas pela EMBRAPA, não sendo necessariamente uma parceria. Utilizaremos de todo conhecimento científico já publicado e disponível pela entidade, através do uso de adubos específicos, aplicação de inseticidas biológicos, dentre outros, tudo conforme recomendações da EMBRAPA em casos semelhantes”, afirma. E completa: “Qualquer sugestão técnica será muito bem vinda e juntos iremos lutar pela sobrevivência desta espécie tão emblemática em nosso município”
Confira a nota na íntegra:
“Com relação a repercussão da árvore fícus (Ficus elastica), no mirante do Centro Historio, perante o seu estado fitossanitário, fato este ocorrido do a partir do mês de setembro de 2023, obtivemos uma avaliação das mesmas, técnicos da SEMAC, constaram uma infestação de besouro, devido as perfurações encontradas no tronco da árvore, o que provavelmente caracteriza a espécie do besouro Euchroma gigantea, besouro metálico.
A referida espécie é um inimigo silêncio, que representa risco para a vegetação urbana.
Conforme pesquisas de várias Universidades no País, as larvas tem um período de 12 meses, para chegar a faze adulta (besouro). Durante este período, ela vai formando galerias no tronco das árvores, as tornando doentes e frágeis. Como as reações das árvores são tardias, a possível infestação só é visível tardiamente.
A Secretaria de Meio Ambiente e Causa Animal, tendo conhecimento do estado destas árvores de fícus, na Cidade Histórica, está buscando meios de combater a referida praga. Faremos os métodos recomendados, para busca de revitalização das arvores, com adubação do solo, e aplicação de um inseticida biológico, desenvolvido pela Embrapa, nas galerias das larvas.”
Fonte: BN