Quinta, 09 de Outubro de 2024
Em sessão ordinária realizada na última terça-feira (08), na Câmara de Vereadores de Ipirá, o vereador Laelson Neves (MDB) discursou veementemente sobre a derrubada do veto do Prefeito Thiago do Vale (PSD) ao Projeto de Lei 164/2025. O PL determina que as unidades de saúde do município forneçam cópia do prontuário médico a familiares de pacientes até o segundo grau.
Em seu discurso, o edil criticou a postura do chefe do executivo, afirmando que “o prefeito de Ipirá quer ter um poder centralizador”. Neves foi enfático ao declarar que “o parlamento não tem nada que obedecer ao prefeito”, reafirmando a autonomia do legislativo.
Críticas à Gestão Arcaica e à Saúde Pública
O vereador alertou que, devido a um “modelo arcaico que ainda prevalece no município”, a população ipiraense se torna vulnerável. Ele apontou falhas graves na assistência, classificando como “inadmissível uma UPA não ter uma assistência social”.
Um dos pontos mais impactantes do discurso foi a crítica à falta de médicos plantonistas. “No município de Ipirá as gestantes só podem parir dia de terça-feira”, ironizou Neves, para ilustrar a precariedade do serviço. Ele destacou a contradição dos recursos financeiros, revelando que “o município de Ipirá recebe mensalmente mais de 23 milhões de reais, mas nenhum obstetra quer ir trabalhar em Ipirá porque ninguém quer colocar o seu CRM em jogo”.
Denúncias de Má Gestão e Corrupção
Neves foi direto ao afirmar que, “para a saúde funcionar como deveria, teria que parar com a roubalheira”. Ele emitiu um alerta severo sobre as consequências, fazendo uma alusão à ação da polícia: “Muitos brincam aí com tornozeleira, mas ainda há de chegar o tempo de alguém usar mesmo é uma pulseira de prata”, dando a entender um par de algemas.
Autocrítica do Legislativo e Crítica à Oligarquia Local
Assumindo sua parcela de responsabilidade, o vereador afirmou que “tudo isso que acontece, a culpa é do legislativo”, que é o poder que “autoriza a dotação orçamentária, dando plenos poderes ao executivo”.
Por fim, Laelson Neves nomeou o que considera serem os grandes entraves ao desenvolvimento da cidade: “As duas pragas do município de Ipirá chamam-se Jacu e Macaco, que só levam o município ao atraso total”, em uma clara referência a grupos políticos ou famílias que dominam a política local.