Pesquisa francesa divulgada na revista Neurology traz resultados animadores no que diz respeito a prevenção da doença de Parkinson
De causas ainda desconhecidas, o Parkinson é uma doença que afeta cerca de 200 mil pessoas apenas aqui no Brasil. Conhecida por ser uma doença neurológica que afeta os movimentos, essa condição atinge 1% da população mundial acima de 65 anos, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar de estar relacionada com a terceira idade, a doença de Parkinson também pode ocorrer em pessoas mais jovens, desencadeando quadros precoces. Em todos os casos, o problema é causado pela degeneração progressiva das células nervosas responsáveis pela produção de dopamina, neurotransmissor importante no que diz respeito a coordenação dos movimentos.
Entre seus sintomas estão os tremores nos membros superiores e inferiores quando paciente está em repouso. Ainda que essa seja uma das características mais persistentes do Parkinson, essa não é a única manifestação da doença. Por isso, é comum que surjam outros indicadores como a rigidez muscular, lentidão nos movimentos e uma progressiva instabilidade postural.
O surgimento de outros problemas de saúde como a depressão, os distúrbios de sono, problemas de memória e até a dificuldade no controle da pressão arterial também podem ser indicativos do Parkinson. Esses são considerados sintomas não motores da doença, que exigem investigação e diagnóstico médico.
Além disso, a doença também possui um fator de prevalência maior em homens, o que não isenta de que o Parkinson também acometa mulheres. Mas, neste caso, estudos indicam que é possível reduzir as chances da manifestação do problema.
Importância da atividade física
Divulgado nesta quarta-feira (24) pela Jornal da USP e pelo médico e professor da Universidade de São Paulo, Octávio Pontes Neto, pesquisadores franceses descobriram que mulheres que se exercitam com mais frequência têm até 25% menos risco de desenvolver doença de Parkinson. O dado foi obtido através de comparação com mulheres da mesma faixa de idade menos ativas fisicamente.
Dr. Octávio Pontes Neto ressaltou que a atividade física regular na meia-idade pode representar um papel importante na prevenção do Parkinson. Isso porque, além da causa desconhecida — fatores associam uma combinação de fatores genéticos e ambientais —, essa também é uma doença sem cura. Por isso, os tratamentos existentes atualmente visam apenas reduzir os sintomas.
Entendo a pesquisa
O especialista explica que estudos anteriores sobre a relação entre atividade física e Parkinson foram inconsistentes, com uma associação significativa encontrada em homens, mas não em mulheres.
Já a pesquisa publicada na revista Neurology, se baseou em dados de quase 99 mil mulheres participantes do estudo E3N, que preencheram questionários sobre atividades físicas ao longo dos anos.
Embora a notícia seja animadora, a relação entre atividade física e Parkinson ainda exige mais pesquisas para entender completamente para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção.
Fonte: Alto Astral