Autoafirmação racial é tema de debate entre alunos do Colégio Estadual Clarice Santiago e consultora da ONU

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O Colégio Estadual Clarice Santiago Santos, no bairro do Arenoso, foi palco de debate sobre a autoafirmação racial, nesta quinta-feira (15), no encontro que integrou a programação do mês de maio, voltada à valorização da identidade negra e à luta antirracista.

A abertura da atividade contou com a apresentação do Coral Vozes do Arenoso, formado por estudantes da escola, que entoaram a voz da resistência preta, reafirmando o empoderamento da juventude e o papel da educação como espaço de transformação.

O ponto alto da manhã foi a palestra da pedagoga mineira Benilda Brito, mestre em Gestão Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e consultora da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela destacou que a negação da identidade é uma das armadilhas do racismo e que o reconhecimento é uma forma potente de enfrentamento. Benilda elogiou a campanha “Você se reconhece?”, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), por fortalecer a autodeclaração racial nas escolas da rede estadual, lançada esta semana.

O diretor Marco César Guimarães explicou que a escola realiza atividades durante todo o mês de maio com base no tema anual “Quilombo Cabula”, em diálogo com a história e identidade da comunidade. “O 13 de Maio está sendo ressignificado como símbolo de luta e de afirmação. Trabalhamos a identidade racial de forma contínua para que nossos estudantes se reconheçam e se fortaleçam”.

Autoafirmação racial é tema de debate entre alunos do Colégio Estadual Clarice Santiago e consultora da ONU

Fonte Luiz Carrera

Despertar do orgulho e autoestima

A ex-aluna e poeta Italva Cruz, presente na atividade, reforçou a importância de referências negras na formação dos estudantes. “Trazer mulheres negras para falar com os jovens é essencial, especialmente em um território onde muitos ainda não se reconhecem. A escola é o lugar do despertar do orgulho e da autoestima”, ressaltou, emocionada, ao revisitar a unidade onde iniciou sua trajetória.

A estudante do Ensino Médio Ana Clara Almeida compartilhou como as ações da escola impactaram sua visão de mundo. “Antes eu não me reconhecia, mas agora sei quem sou. Nossa voz preta tem força e ninguém vai calar isso”. A ação reafirma o compromisso da SEC com a construção de uma educação pública antirracista, plural e transformadora.

Fonte: SEC/BA / Foto: Luiz Carrera

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