Aeronaves são as ‘queridinhas’ dos visitantes da Bahia Farm Show.
Um mercado milionário em expansão no setor ruralista, que desconhece crise, é a venda de aviões agrícolas. Vendidos em dólar e com grande aparato tecnológico, eles estão entre os itens mais desejados na Bahia Farm Show, segundo maior evento do agronegócio brasileiro, que acontece até sábado (10) em Luís Eduardo Magalhães, no oeste.
Esse tipo de aeronave pode transportar biocombustível, distribuir sementes em áreas de plantio, aplicar agrotóxicos e fertilizantes em lavouras, e até ajudar no combate de incêndios ambientais que atingem a região.
Na maior feira de agronegócio do Norte e Nordeste, que é realizada desde terça-feira (6), dois aviões dividem as atenções de curiosos, amantes da aviação e agricultores. Ambos contribuem para o aumento da produtividade e otimização do tempo dos agricultores.
O modelo Ipanema 203 é um dos que estão expostos na feira. Fabricado na unidade da Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A (Embraer), que fica em Botucatu, no interior São Paulo, a aeronave é a única no Brasil certificada e produzida em série para voar com energia renovável.
A empresa considera o Ipanema, que está na quinta geração, uma peça ícone em pesquisas e utilização de biocombustíveis na aviação. O Ipanema 203 com motor movido a etanol tem preço inicial de US$ 247 mil. É o modelo mais novo de avião agrícola da Embraer e se tornou líder no segmento de pulverização.
A envergadura de asa do Ipanema 203 permite uma faixa de deposição de até 24 metros. Além disso, o avião faz uma pulverização de defensivos agrícolas com velocidade constante, em curto espaço de tempo, com aplicações uniformes. A cobertura mais eficiente é um fator decisivo para o controle de pragas e doenças, segundo os representantes da empresa que participam do evento.
Veja abaixo mais funções do modelo Ipanema 203:
- Não entra em contato com o solo e cultura, por isso não dissemina doenças e pragas;
- Não esmaga, não estressa as plantas e não compacta o solo;
- Aplica com desenvoltura mesmo após chuvas, em solos molhados, irrigados ou encharcados;
- As aplicações são rápidas e precisas, em qualquer tipo de terreno.
No oeste da Bahia, as principais culturas cultivadas pelos produtores são a soja, o milho e o algodão. Quando acontecem imprevistos como um incêndio, o prejuízo é grande.
Imagina uma aeronave que além de ajudar no cultivo dos grãos, atua no combate às chamas? A Air-Tractor, modelo americano que tem 1.900 litros de carga para colocar o defensivo e também está exposta na Bahia Farm Show, faz essa função.
“Essa aeronave é voltada para todas as culturas, e também é possível utilizá-la no combate de incêndios. É um avião tripar, o modelo mais vendido do Brasil, que já tem em torno de 350 aeronaves em operação de um total de 650, entre os outros modelos”, disse o gerente comercial da empresa, Rodrigo Oliveira.
A Air Tractor é uma empresa americana, baseada no Texas, onde é fabricado quatro modelos: o Air-402 (1.500 litros), 502 (1.900 litros), o 602 (de 2.300), e o 802 (3 mil litros).
“O preço estande (reservado em uma feira ou exposição) dela para 2023 é de 1,2 mi de dólares. Nós estamos trabalhando com os últimos lotes de 2025 e já temos reservas para 2026”, contou o gerente comercial.
A Bahia Farm Show (BFS), segundo maior evento do agronegócio brasileiro e o mais importante do Norte Nordeste está na 17ª edição e recebe ruralistas e visitantes de várias partes do Brasil desde terça-feira (6). Neste ano, a meta da organização é movimentar mais de R$ 7,9 bilhões em negócios.
O evento reúne o que há de mais avançado em plantadeiras, colheitadeiras, pulverizadores, tratores e aviões, dentre outros recursos tecnológicos que podem levar maior precisão e autonomia para trabalho no campo, ampliando a produtividade.
Alguns aparelhos, como os destinados à cotonicultura (cultivo do algodão), por exemplo, estão avaliados entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões. No local, está exposta a maior colheitadeira do mundo, estimada em mais de R$ 2,5 milhões.
Os stands recebem 420 expositores, que representam 1200 marcas. O número de empresas participantes teve aumento de 25% este ano, em comparação com o ano passado, segundo a organização. Todos os espaços disponíveis foram comercializados. A infraestrutura do complexo foi ampliada em 11%, saindo de uma área de 191 mil metros quadrados para 212 mil metros quadrados.
Fonte: G1 Bahia
