BNDES avalia que armazéns ociosos da Conab podem ter preço ainda maior

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A estimativa mais recente é que o patrimônio vale cerca de R$ 175 milhões

Por Rafael Walendorff — Brasília – Quinta, 13 de fevereiro de 2025

O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou nesta quarta-feira (12/2) que o valor dos imóveis que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) quer se desfazer em troca de investimentos em outras unidades armazenadoras poderá aumentar a partir de novas avaliações de mercado. A estimativa mais recente é que o patrimônio vale cerca de R$ 175 milhões.

Nesta quarta-feira (12/2), a Conab assinou um contrato com o BNDES para que o banco faça estudos para a “troca” de nove imóveis desativados atualmente por investimentos em outras oito estruturas, o que poderá elevar a capacidade operacional de armazenamento da companhia para 1,2 milhão de toneladas.

“É um projeto de valorização de ativos e de aumento de investimentos da Conab”, afirmou Barbosa, em coletiva de imprensa.

Nelson Barbosa disse que o edital para alienação dos primeiros imóveis para o mercado deve ficar pronto até o fim desse ano. “Para cada ativo vamos analisar a vocação, procurar interessados e ver o potencial valor do ativo, e o que o interessado pode dar em troca para a Conab. Fazemos a parte jurídica e técnica. A expectativa preliminar é de R$ 175 milhões, isso será atualizado a preços atualizados e de potencial de uso desses ativos”, pontuou.

Na operação, ocorre uma espécie de permuta ou “troca de ativos”, com transferência de propriedade ao final do processo ou concessão de uso por tempo determinado. O interessado no imóvel da Conab precisará se comprometer a contrapartida de bancar a reforma de outras unidades que a estatal quer ativar.

“Quem obter ativos terá que fazer uma contrapartida. A Conab identificou oito ativos que podem ser modernizados para ampliar sua capacidade rapidamente para estocar a supersafra”, disse Barbosa. “Nesse processo, com o leilão, quem obter o imóvel vai levar a obrigação de investimento. Isso agiliza o investimento”, completou o diretor.

Os oito ativos indicados pela Conab para receber reformas são armazéns graneleiros de grande porte em Goiás (Rio Verde, Goiânia e Pontalina), Mato Grosso (Sorriso e Rondonópolis), Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Minas Gerais (Uberlândia) e Distrito Federal (Brasília).

Operação

Muitos imóveis que serão ofertados no processo de alienação estavam em áreas rurais quando foram construídos e, com o crescimento das cidades, foram “engolidos” nos centros urbanos. Com isso, a operação de armazenagem se tornou inviável, sem espaço para manobrar carretas e para realizar o “expurgo” das cargas, a aplicação de tratamento químico em grãos recebidos nas unidades.

Com a assinatura do contrato, o BNDES fará estudos e um diagnóstico específico de cada imóvel que a Conab pretende se desfazer, para apurar o valor e as principais vocações. “Faremos prospecção de mercado para atender a modelagem que terá, para levar a leilão, em processo competitivo, para que ator privado consiga se inserir”, disse Luciene Machado, superintendente da área de Soluções para Cidades do BNDES.

Outros imóveis poderão ser incluídos nesse tipo de operação, ressaltou o presidente da Conab, Edegar Pretto. Nos governos passados, 27 unidades foram desativadas.

“Vamos tratar os nove, em lista, dos mais atrativos para ter primeiros resultados em termos de leilão no fim do ano e depois segue a sequência. Isso será feito para que a Conab possa usufruir do processo ao longo do tempo e não levar a leilão só quando os 9 imóveis forem avaliados. Conforme imóveis saiam da lista, podemos pensar em colocar novos imóveis. O contrato já comporta entrada e saída contínua dos imóveis”, disse Machado.

Além da contratação do BNDES, a Conab espera investir R$ 15 milhões do orçamento próprio em reformas e ampliações de armazéns, com foco no Nordeste, e aguarda outros R$ 55 milhões da Itaipu Binacional para obras em unidades do Paraná e Mato Grosso do Sul, sem contrapartidas financeiras para a estatal.

Fonte: Globo Rural / Conab terá apoio do BNDES para ‘vender’ armazéns ociosos — Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

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