Boas Práticas: Consentimento e cuidado são essenciais para evitar assédio em consultas

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Nos últimos anos, o debate sobre assédio e importunação sexual ganhou força em diversos setores da sociedade. Na área da saúde, esse tema exige atenção redobrada, pois envolve diretamente o corpo e a vulnerabilidade do paciente. “O atendimento em saúde é, antes de tudo, uma relação de confiança. O paciente entrega seu corpo e sua intimidade ao profissional, que deve agir sempre com ética, cuidado e respeito”, afirma Katia Lema Perez, diretora do Instituto Brasileiro de Auditoria e Compliance (Ibrac).

Segundo ela, é essencial que o profissional saiba diferenciar acolhimento de invasão. Acolher significa escutar, transmitir segurança e oferecer apoio. Já a invasão ocorre quando há toque, comentário ou atitude sem necessidade clínica ou sem o consentimento do paciente. “Mesmo um gesto simples pode ser interpretado como constrangimento se não houver explicação prévia”, completa Perez.

Consentimento é indispensável

Nenhum procedimento deve ser feito sem que o paciente compreenda o que será realizado e dê sua autorização. Esse cuidado protege todos os envolvidos, evitando situações que possam ser vistas como assédio ou importunação.

A diretora do Ibrac afirma que ainda é comum casos em que profissionais que ultrapassam os limites, seja com toques desnecessários, comentários inapropriados ou condutas invasivas. Além de crime, essas atitudes ferem a ética da profissão e minam a confiança na relação de cuidado.

Orientações básicas para profissionais da saúde

Para Katia Lema Perez, algumas práticas fundamentais devem ser seguidas pelos profissionais de saúde para assegurar a integridade no atendimento:

  • Explicar e pedir consentimento antes de qualquer exame ou procedimento.
  • Manter postura profissional e respeitosa em todos os momentos.
  • Evitar toques demasiados e assuntos de cunho íntimo que não tenham a ver com o tratamento.
  • Sempre que possível, permitir a presença de acompanhante em consultas e procedimentos.
  • Cumprir os códigos de ética da categoria e as normas de compliance da instituição.

O papel do compliance na saúde

Programas de compliance e auditoria têm papel essencial nesse processo. Eles ajudam a prevenir riscos, estabelecer regras claras de conduta, oferecer treinamentos e criar canais de denúncia seguros. Dessa forma, fortalecem a cultura de respeito e confiança nas instituições de saúde.

“Cuidar é acolher, mas nunca invadir. O respeito ao corpo do paciente e a ética profissional devem ser princípios inegociáveis. Somente assim é possível garantir um atendimento humano, seguro e digno, que ampere tanto o profissional quanto o paciente”, enfatiza.

Fonte: Medicina SA / Foto: Reprodução

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