Uma dieta inadequada pode contribuir para maiores emissões de GEE pelos animais e pelo sistema de produção.
Sistemas sustentáveis de produção agropecuária são tendências mundiais. Produtores rurais que não considerarem práticas de bem-estar animal e conservação do meio ambiente podem perder mercados, nacionais e internacionais, com consumidores cada vez mais conscientes .
Para chamar a atenção das pessoas sobre os problemas ambientais causados pela ação humana, nesta segunda-feira, dia 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O pesquisador Julio Palhares, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos – SP), destaca que para uma produção de alimentos com menor impacto ambiental é necessário implementar boas práticas produtivas na fazenda, que, entre outros aspectos, garantem bem-estar animal e manejo adequado dos resíduos.
O bem-estar dos animais tem benefícios na produtividade da atividade, na sanidade do rebanho, nos menores índices de mortalidade e morbidade, redução de estresse, etc.
Para Palhares, o uso de conhecimentos, de métodos e de tecnologias contribui para reduzir os efeitos ambientais negativos da atividade agropecuária e melhorar a eficiência do uso de nutrientes.
O adequado manejo de dejetos na propriedade auxilia no equilíbrio entre o meio ambiente e a pecuária. “Os dejetos são fontes de água e nutrientes, recursos indispensáveis para as culturas vegetais. No entanto, se aplicados de forma incorreta, sem considerar a necessidade da cultura vegetal, a fertilidade do solo e a concentração de nutrientes no dejeto, o uso do resíduos como fertilizante causará impactos ambientais negativos no solo, águas e ar”, observa o pesquisador.
Ainda, os dejetos, dependendo da tecnologia de tratamento e da forma de disposição no solo, emitem gases de efeito estufa (metano e óxido nitroso). Palhares explica que uma dieta nutricional imprecisa, condições de estresse para os animais, manejo inadequado dos resíduos ou de seu uso como fertilizante, determinam maiores emissões de GEE pelos animais e pelo sistema de produção e vão contribuir para o processo de aquecimento do planeta, afetando a saúde humana, animal e ambiental. “Os desafios para que as boas práticas de produção sejam aplicadas no cotidiano das produções animais, em relação ao bem-estar animal e ao manejo dos resíduos, envolvem a interação dos conhecimentos do sistema de produção nas dimensões humana, animal e ambiental. Capacitações para identificar e aplicar as boas práticas nas rotinas produtivas também devem ser programadas pelos gestores das fazendas. Além disso, é importante que haja a mudança do paradigma produtivo onde a rentabilidade econômica não seja o único objetivo mas, sim, o equilíbrio do sistema de produção com o meio ambiente, com as pessoas e os animais”, conclui.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste