Terça, 3 de janeiro de 2023
Autoridade diz que negociações comerciais com Brasil devem ganhar fôlego e menciona comércio China-Brasil como um fato que faz a UE querer acelerar o processo. Do lado brasileiro, Marina Silva e Fernando Haddad afirmam que acordo com Mercosul é prioridade.
Nesta terça-feira (3), o chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o bloco europeu está pronto para aumentar seus laços econômicos, parceria de investimento e comércio bilateral com o Brasil sob a nova governança do presidente Luíz Inácio Lula da Silva.
“Não tenho dúvidas de que o governo do presidente Lula ajudará o Brasil a retornar a um caminho de crescimento sustentável. Ele oferece uma oportunidade para expandir nossos laços econômicos. Sob a estratégia Global Gateway, estamos prontos para intensificar os investimentos da UE no Brasil no verde, no digital e nas transições justas”, afirmou a autoridade europeia.
Ao mesmo tempo, Borrell observou que a UE era o maior investidor e o segundo maior parceiro comercial do Brasil, embora as relações econômicas entre os lados “não tivessem atingido todo o seu potencial nos últimos anos” e chamou atenção para a presença da China na região.
“Outros, como a China em particular, estão expandindo seu papel como parceiro comercial e fonte de investimentos no Brasil e na América Latina. Precisamos reenergizar nossa parceria estratégica“, acrescentou.
Marina promete acelerar pacto UE-Mercosul
Na segunda-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que pretende ajudar a resolver os problemas que estão interferindo na conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
“Minha tarefa mais importante é ajudar a resolver os problemas que fazem com que a União Europeia tenha não aprovado a finalização do acordo. E eles têm a sensibilidade que não é algo que se resolva da noite para o dia”, declarou Marina segundo o G1.
A mídia ainda afirma que assim como Marina, o tema é tratado como prioridade pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O acordo – que teve suas negociações concluídas em 28 de junho de 2019, mas ainda dependente do processo de revisão, assinatura e ratificação – levou mais de 20 anos para ser concretizado e marcará, se finalizado, o fim do isolamento do Mercosul.
A demora na ratificação decorre, entre outros pontos, da deterioração do meio ambiente, principalmente da Amazônia, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
No começo de dezembro passado, o bloco europeu decidiu proibir a comercialização de soja, carne e outros produtos oriundos de áreas desmatadas. Na prática, a determinação europeia marca o primeiro desafio para a política externa do novo governo, e também poderá abrir uma disputa comercial entre países europeus e Brasília.
Fonte: Sputiniknews