SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta quinta-feira (3), o Brasil registrou 286.050 novos casos e 917 mortes por Covid-19. O total de infecções em 24 horas continua elevado e superou a marca mais alta, registrada em 28 de janeiro -257.239. A média móvel de infecções chegou a 188.116 por dia, aumento de 70,33%.
Desde o início da pandemia, o Brasil somou 629.995 vidas perdidas e 26.099.735 pessoas infectadas.
Assim, são perdidas 689 vidas por dia, aumento de 193,19% em relação aos dados de duas semanas atrás.
De acordo com Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, o aumento de mortalidade era esperado, porque primeiro aumenta o número de casos, depois o de internações e, por fim, o de mortes.
“Havia uma previsão da Universidade de Washington que agora, no mês de fevereiro, a gente começaria a ter uma elevação de mortes, mas não no mesmo patamar que a gente já teve anteriormente”, explica.
Para o infectologista, há uma certa tendência de estabilização e até queda na quantidade de pessoas infectadas -o recorde anterior ao desta quinta foi na semana passada.
“É possível que por mais alguns dias ou semanas a gente ainda conviva com um número de mortes elevado, que é sempre lamentável. Mas, depois disso, como o número de casos vai caindo, consequentemente os óbitos também devem se reduzir.”
“Em vista do elevado ritmo de contágio registrado no país, a curva de óbitos apresenta tendência de alta. Provavelmente nós atingiremos novamente a triste marca de mil óbitos diários já nos próximos dias, com possibilidade de queda no mês de março”, afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.
“Os casos também apresentaram alta, com recordes diários sendo superados a cada dia. A expectativa é de que eles se estabilizem em patamar muito superior ao observado na primeira e segunda ondas da doença, entretanto, a curva tende a iniciar seu trajeto de descida ainda em fevereiro”, explica o especialista.
Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Os dados da vacinação contra a Covid-19 foram afetados pelo ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde, ocorrido em dezembro, o que levou a falta de atualização em diversos estados por longos períodos de tempo.
O consórcio de veículos de imprensa recentemente atualizou os números de população brasileira usados para calcular o percentual de pessoas vacinadas no país. Agora, os dados usados são a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2022. Todos os números passam a ser calculados de acordo com esses valores, inclusive os do ano passado. Por isso, os percentuais de pessoas vacinadas podem apresentar alguma divergência em relação aos números publicados anteriormente.
O Brasil registrou 935.077 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quinta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 241.770 primeiras doses e 206.171 segundas. Também foram registradas 3.491 doses únicas e 483.645 doses de reforço.
Ao todo, 166.031.141 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil -145.924.702 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 150.625.718 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.
Assim, o país já tem 77,29% da população com a 1ª dose e 70,11% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 102,63% e 93,11%.
O consórcio começou a fazer também o registro das doses de vacinas aplicadas em crianças. A população de 5 a 11 anos parcialmente imunizada (com somente a primeira dose de vacina recebida) é de 11,98%.
Considerando toda a população acima de 5 anos, 82,95% recebeu uma dose e 75,26% recebeu duas doses ou a vacina de dose única da Janssen.
Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
Fonte: Notícias ao Minuto