Caleidoscópio: O desastre bancário que inspirou série da Netflix

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Os episódios da produção chamam atenção por poderem ser assistidos em qualquer ordem, resultando em 40 mil combinações possíveis

Em 2012, a costa atlântica da América do Norte foi fustigada por uma das tempestades mais devastadoras das últimas décadas: o furacão Sandy, cuja intensidade foi o resultado de uma trágica combinação de ciclones tropicais e frentes frias.  

O fenômeno natural causou um rastro de destruição durante seus nove dias de duração, caracterizados por ventos fortes, ondas grandes e chuvas constantes, conforme informações do National Geographic. 

Apenas nos Estados Unidos, 8,5 milhões de pessoas foram deixadas sem energia elétrica, 650 mil residências foram reduzidas a ruínas e pelo menos 286 pessoas morreram como consequência direta ou indireta da supertempestade. 

O furacão Sandy teve ainda um grande impacto na economia das cidades norte-americanas por onde passou, com suas perdas materiais sendo calculadas em quase 70 bilhões de dólares. 

Enterrado entre os prejuízos mais óbvios, está um episódio curioso que acabou inspirando o assalto retratado no enredo de Caleidoscópio, série que estreou na Netflix no primeiro dia de 2023. 

A produção chama atenção do público principalmente pelo fato de seus oito episódios terem sido confeccionados de uma maneira que lhes permite serem assistidos em qualquer ordem.

Como resultado, existem 40 mil formas possíveis de assistir o seriado, com cada trecho da história fornecendo uma peça diferente do quebra-cabeça ao espectador. 

Inspiração 

Não existe dúvida que o furacão Sandy provocou inúmeras tragédias. Aquela que Eric Garcia tinha em mente ao criar Caleidoscópio, por sua vez, envolveu a perda de títulos de bens e certificados de ações. 

Os documentos estavam armazenados no porão do DTCC, uma empresa estadunidense de serviços financeiros que trabalha em colaboração com diversos bancos. Durante a tempestade, um cofre subterrâneo de 930 metros quadrados pertencente à companhia teria sido inundado, danificando e possivelmente destruindo incontáveis títulos. 

A extensão do acontecimento não foi divulgada ao público de forma direta, conhecido apenas por meio de relatos em anonimato à imprensa. Conforme repercutido pela revista People, um funcionário teria revelado que “bilhões de dólares” foram perdidos no alagamento. Outra fonte falaria em títulos “encharcados de diesel e manchados de água de esgoto”. 

As quantias exatas perdidas, no entanto, assim como seus danos, permaneceram como eterno objeto de especulação, com o episódio chegando a ser apelidado de “o maior mistério de Wall Street” pelo New York Post.

A preferência das entidades e pessoas envolvidas em manter o assunto no campo privado é expressa, por exemplo, em uma declaração feita por um empreiteiro na ocasião: “Não é da conta de ninguém (…) O público não precisa saber o que há naquele cofre. É entre eles e seus clientes”, disse ele, ainda conforme a People. 

Trecho da série / Créditos: Divulgação/ Netflix

Em uma entrevista ao portal Tudum, Garcia revelou que sua série era “vagamente inspirada” em algo “que pode ter acontecido”, descrevendo então a peculiar desgraça financeira vivida pelos banqueiros após a supertempestade de 2012. 

Na minha mente, eu pensei, ‘Isso é o disfarce perfeito para um assalto. Se eu fizer um assalto, vou usar o furacão Sandy como minha desculpa“, disse ele. 

Fonte: Aventuras na História

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