Câmara dos EUA aprova lei que proíbe discriminação por tipo de cabelo

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O projeto de lei CROWN tem objetivo de combater a descriminação de cabelos em ambientes de trabalho

A Câmara dos Estados Unidos aprovou nesta sexta, 18, uma lei que proíbe a discriminação por tipo de cabelo. Foram 235 a 189 para aprovar o projeto CROWN (Creating a Respectful and Open World for Natural Hair), que em tradução livre significa “criar um mundo aberto e respeitoso para cabelos naturais.”

De acordo com a CNN, o objetivo do projeto de lei é proteger e evitar o preconceito com base na etnia e textura de cabelos, incluindo tranças, dreads e afros. “O cabelo natural de pessoas negras é muitas vezes considerado ‘não profissional’ simplesmente porque não está de acordo com os padrões de beleza branca,” disse a deputada democrata Bonnie Watson Coleman, patrocinadora do projeto, em um comunicado. “Discriminação contra cabelos negros é discriminação contra pessoas negras.”

O projeto agora segue para o Senado, onde o senador democrata Cory Booker patrocinou a versão do projeto da câmara. O governo do presidente Joe Biden demonstrou apoio ao projeto de lei CROWN e afirmou que “espera trabalhar com o Congresso para promulgar essa legislação e garantir que ela seja efetivamente implementada.”

“Como uma mulher negra que ama minhas tranças, sei como é se sentir isolada por causa de como uso meu cabelo,” afirmou a deputada democrata Cori Bush no plenário da Câmara antes da votação. “Chega de negros serem humilhados e discriminados pelos mesmos penteados que as corporações lucram.”

Bush continuou: “Chega de fazer com que os negros sintam que precisam cortar as tranças para conseguir um emprego. Não vamos mais aturar fazer com os que os negros sintam que têm que alisar o cabelo para serem considerados profissionais.”

Os republicanos se opuseram ao projeto e argumentaram que a lei federal cobre esse tipo de discriminação e que os democratas deveriam se concentrar em outras questões, como inflação e altos preços da gasolina. No entanto, os democratas alegaram que a Lei dos Direitos Civis de 1964 interpreta o significado de raça de forma restrita e não impede a descriminação contra pessoas que usam penteados naturais ou protetores.

O projeto CROWN já é lei em mais de uma dúzia de estados, depois que a Califórnia foi a primeira a aprová-la, em 2019. Essa foi a segunda vez que a Câmara analisou a legislação, a qual não foi aprovada no último mês, pois não teve os dois terços de votos exigidos para seguir para o Senado.

Fonte: Rollingstone

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