Damien McFaddel

Casal acolhe em casa 30 crianças em situação e vulnerabilidade social

Mundo

Olha esse casal que já acolheu em casa 30 crianças em situação e vulnerabilidade social nos últimos anos. O que começou com duas menininhas, trazidas de madrugada para o acolhimento, se repetiu várias vezes.

“Pode ser uma criança negligenciada nascida viciada em drogas, uma criança retirada abruptamente de casa devido à violência ou suspeita de abuso, ou às vezes até mesmo um refugiado da Síria ou do Afeganistão, com os olhos fundos e cheirando a fogueira e suor”, diz o jornal DailyMail.

Depois que os quatro filhos biológicos saíram de casa, Martin e Benedicte Newland se inscreveram para cuidar de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e não pararam mais. O que eles não imaginavam é que o que seria temporário se tornaria permanente. “O mais difícil é dizer ‘não’”, afirmou Benedicte, quando questionada sobre os desafios de assumir 30 filhos adotivos.

Batismo de Fogo

Com apenas cinco horas de antecedência, Martin e Benedicte foram informados que receberiam duas irmãs, de 5 e 2 anos, no Reino Unido. Eles contaram que crianças chegaram em casa com pijama ainda porque tinha sido retiradas pela polícia.

“Ficamos apavorados, mas entramos em ação comigo correndo pelas lojas comprando carrinhos de bebê, roupas e cadeirinhas de carro enquanto minha esposa dava banho, alimentava e os segurava durante convulsões explosivas de ansiedade”, contou Martin.

Pai de repente de duas crianças, ele logo assumiu as funções: história para elas, apagava a luz e deitava no chão do corredor do lado de fora do quarto.

A criança menor foi adotada por uma família de longo prazo, a maior ficou com Martin e Benedicte por mais um período.

“Foi gratificante vê-la florescer. A leitura dela disparou”, disse.

Aos poucos, outros chegaram

Assim, de repente, foram chegando meninos e meninas à casa de Martin e Benedicte, sempre abertos a recebe-los.

Pela experiência, Martin acredita que as famílias disfuncionais e carentes de recursos provocam a vulnerabilidade das crianças e adolescentes.

“As crianças muitas vezes vêm de contextos onde os pais e responsáveis ​​nunca trabalharam, onde as drogas e o álcool dominam a vida cotidiana”, disse Martin, lembrando que ele e a mulher chegar a cuidar de até 14 irmãos de pais diferentes.

Determinados a fazer a diferença, Martin e Benedicte buscam, no período de convivência, proporcionar momentos de alegria e prazer para os filhos adotivos.

“Em meio aos destroços psicológicos e sociais do lar, as crianças nascidas para proporcionar diversão e conforto logo se tornam vítimas.”

Gratidão e amor

Martin e Benedicte disseram que a gratidão e o amor são os maiores retornos que eles têm.

“Muitas crianças que cuidamos como emergências ficam felizes em voltar para nós sob acordos de descanso, por isso ficaram conosco várias vezes. Eles agora fazem parte de nossa família extensa e gigante.”

Eles contaram que foram até a Irlanda, visitar as duas irmãzinhas, primeiras acolhidas, e que agora estão em um lar permanente.

“Foi um prazer vê-los agora felizes com sua família permanente. Eles velejam, jogam rúgbi, andam a cavalo e aguardam a cidadania irlandesa.”

Famílias do coração

De acordo com dados oficiais, no Reino Unido há cerca de 100 mil crianças e adolescentes que precisam de cuidados em lares provisórios ou permanentes.

Os números aumentaram com a pandemia da Covid-19, quando muitos deles foram abandonados e viviam em lares disfuncionais, segundo autoridades.

Um fator agravante é a escassez crônica de cuidadores adotivos, com menos voluntariado e mais abandono.

Estávamos longe de ser ingênuos ao adotar; nossa formação não nos deixou dúvidas quanto aos desafios que pode trazer uma criança para dentro de casa.

Fonte: Só Notícia Boa