Tribuna da Bahia – Recentes notícias de reinfecções pelo novo coronavírus deixaram muitas pessoas preocupadas. O primeiro caso confirmado no mundo foi anunciado pelos pesquisadores de Hong Kong, no último dia 24. Os responsáveis pela pesquisa ressaltaram que o fato recorrente, não deve ser motivo para pânico, porém irão “ligar” o alerta. Nesta quarta-feira (02), a presidente do DEM Mulher Salvador, Taiana Leal informou que também testou duas vezes positivo para a Covid-19.
Taiana Leal relatou que no dia 03 de agosto, saiu o resultado do seu exame PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase), onde testou positivo para Covid-19. “Porém sem sintomas, passei os 14 dias e fiz o exame sorológico 20 dias depois, o resultado foi IGG e IGM negativo”, contou.
Ela explica que, após esse resultado, voltou aos trabalhos. “Claro com os devidos cuidados. Contudo, sexta-feira (28), iniciei com sintomas de gripe que piorou o quadro no final de semana. Na segunda-feira (31), acordei sem olfato e sem paladar, fiz outro PCR que positivou novamente pra Covid-19. Ou seja, positivei duas vezes em menos de um mês”, frisou.
De acordo com Taiana, os médicos disseram que a possibilidade de ter sido uma reinfecção é muito pouca. “Não tem estudos sobre isso ainda, portanto eles acreditam que o vírus não foi tratado e permaneceu no meu organismo.
Minha imunidade deve ter baixado e ele voltou mais forte. Com os sintomas mais fortes”, descreveu.
Segundo a presidente do DEM, irá fazer a tomografia, para ter o diagnóstico correto. “Depois do resultado pretendo me consultar com o Dr. Badaró, que vai me acompanhar, para saber o grau de comprometimento do pulmão. Segundo ele, entrei na segunda fase e teremos que tratar a doença, para não se evoluir para terceira”, explicou. Se for confirmado, o caso pode ser o primeiro de reinfecção na Bahia.
Para o coordenador do laboratório de análise de casos de reinfecção do Hospital das Clínicas de São Paulo, Max Igor Lopes, isso só vai ajudar a entender que, o novo coronavírus se comporta de maneira mais próxima a outros vírus respiratórios já conhecidos por causarem resfriados.
“Um vírus respiratório, você pega uma vez na vida? Não, todos estão sujeitos a pegar de novo por duas razões: todos os vírus vão mutando lentamente e, a segunda razão é que a resposta inflamatória e imune nunca é tão boa, ela é parcial. Então, isso vai favorecer que, em algum grau, você tenha recorrência dessa infecção e, então, por exemplo, eu não me espanto de encontrar isso com o corona”, disse.
Segundo o médico infectologista, os vírus respiratórios têm essa característica de provocar uma imunidade parcial, sem ser perene. “Na verdade, isso é o natural do vírus respiratório. O que acho que é a preocupação maior, e acho que aí temos que mudar um pouco essa percepção de que daqui a pouco, não vai se pegar mais coronavírus”.
Segundo o médico, o vírus, não vai sumir e você vai estar sujeito a pegar. “O problema é a pessoa ter o caso grave, caso que interne e caso que vá para a UTI, esse é o problema. Uma das questões bastante discutidas com os anúncios recentes é se os casos são uma reinfecção ou apenas reativações do vírus, ou seja, ele estava ainda no corpo e, por algum motivo, voltou a se manifestar”, lembrou o especialista.