Compositor faz oitava turnê em cinco décadas. Até março, serão 11 capitais
Depois de quatro anos, Chico Buarque, aos 78, volta aos palcos nesta terça-feira (6), começando a turnê por João Pessoa. Serão 11 capitais brasileira até março. Pela ordem, depois da capital paraibana, virão Natal, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A única canção conhecida até agora, de um total aproximado de 30, e que dá nome à turnê, é Que tal um samba?, que o autor lançou em junho.
É a 373ª composição assinada pelo autor, segundo sua assessoria, que acaba de concluir uma “recontagem” interna, devido a número conflitantes entre o estafe do artista e o cadastro da União Brasileira de Compositores (UBC). Coincidentemente, a primeira do registro oficial buarqueano faz referência ao mesmo ritmo: Tem mais samba, de 1964. Nesses 58 anos que separam as canções, incluem-se ainda peças (Roda Viva, Calabar – com Ruy Guerra, Gota d´água – com Paulo Pontes, Ópera do Malandro), musicais e livros. Os dois mais recentes foram Essa gente (2019, ano em que ganhou o Prêmio Camões) e Anos de chumbo e outros contos (2021), ambos publicados pela Companhia das Letras.
A banda
Atividades literárias mais frequentes ajudam em parte a explicar a pouca assiduidade de Chico nos palcos. A turnê que começa hoje é apenas a oitava em um período de cinco décadas. Assim, a mais recente é Caravanas, de 2018. A anterior é de 2012, Na Carreira. Na última, o compositor já não pôde contar com seu “personal baterista”, Wilson das Neves, que morreu em 2017. No lugar do veterano, entrou Jurim Moreira. Os demais integrantes da banda são os mesmos há muitos anos: o maestro Luiz Claudio Ramos (arranjos, guitarra e violão), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (baixo acústico e elétrico) e Marcelo Bernardes (sopros).
Desta vez, Chico terá a companhia de Mônica Salmaso. A cantora paulistana participará de toda a turnê, em números solo ou em dueto com o autor. Em 2006, Mônica lançou CD dedicado à obra de Chico (Noites de gala, samba na rua).
Com participação de Thiago da Serrinha (percussão) e Hamilton de Holanda (bandolim), a composição número 373 de Chico Buarque já se prestou a várias interpretações. Mas Que tal um samba?, que talvez não seja um samba no sentido literal, traz uma resposta aos dias atuais (“Desmantelar a força bruta”) e aposta em tempos melhores (“Fazer um gol de bicicleta, dar de goleada”).
Que tal um samba? Ouça
Fonte: Rede Brasil Atual