Relatório mostra salto nas importações e baixa participação das MPEs nas exportações ao país asiático
A presença da China no universo das micro e pequenas empresas brasileiras atingiu o maior nível da série histórica em 2024, segundo relatório do Centro Empresarial Brasil-China (CEBC). No total, 21.329 negócios de menor porte comercializaram com o país asiático no ano passado, mas a imensa maioria apenas como importadora.
O estudo mostra que, entre as microempresas, 10.974 atuaram como importadoras e só 313 conseguiram exportar para a China. Entre as pequenas, 9.692 compraram do mercado chinês, enquanto 350 venderam para lá. O desequilíbrio reflete a estrutura do comércio bilateral: as exportações brasileiras são altamente concentradas em commodities vendidas por grandes companhias, enquanto as importações chinesas abrangem itens manufaturados, diversificados e de alto giro entre empresas menores.
A presença da China no cotidiano das MPEs cresceu de forma acelerada. Entre 2008 e 2024, o número de microempresas importadoras avançou 479%, superando os ritmos de crescimento no comércio com Estados Unidos e União Europeia. Nas pequenas empresas, o total de importadoras saltou de 2.830 para 9.692 no período — alta de 242%.
Médias e grandes também ampliam relação com a China
O relatório mostra tendência semelhante entre empresas médias e grandes. O número de exportadoras para a China subiu de 1.405 em 2008 para 2.330 em 2024. Nas importações, o avanço foi ainda maior: de 9.446 para 19.393. No mesmo período, o número de empresas brasileiras que importam dos EUA caiu, enquanto a relação com a UE cresceu de forma mais lenta.
O CEBC classifica as empresas por faturamento bruto anual:
- Micro – até R$ 360 mil
- Pequena – R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões
- Média – R$ 4,8 milhões a R$ 20 milhões
- Grande – acima de R$ 20 milhões
Fonte: Money report / Foto: Reprodução