Por Sputniknews – quarta, 25 de novembro de 2020
A embaixada da China no Brasil divulgou uma nota nesta terça-feira (24) repudiando a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Segundo o texto, as declarações de Eduardo são “infundadas” e “solapam” a relação entre Brasil e China.
Na segunda-feira (23), o filho do presidente acusou o 5G da China de “espionagem”.
“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu. “Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, completou Eduardo.
Nesta terça-feira (24), Eduardo Bolsonaro apagou a mensagem de suas redes sociais.
A embaixada da China no Brasil afirmou que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem “os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar” o país.
“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos”, escreveu.
Segundo a nota, os EUA buscam uma “hegemonia digital exclusiva” através do bloqueio à empresa chinesa Huawei.
“Os EUA têm um histórico indecente em matéria de segurança de dados. Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva”, complementou a embaixada.
A embaixada diz que declarações como a de Eduardo Bolsonaro “prejudicam a imagem do Brasil”.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, anunciou nesta terça-feira (24), que espera que o leilão do 5G seja realizado no final do primeiro semestre de 2021.
Fonte: Sputniknews