Mesmo quando atravessou má fase, time de Dorival mostrava padrões de jogo em campo
Quem vê o torcedor eufórico (com razão) pela classificação do São Paulo à final da Copa do Brasil, nem imagina que até semana passada a equipe estava em ‘má fase’, atravessando uma sequência de cinco partidas sem vitórias e com seu estilo de jogo sendo alvo de críticas.
A vitória por 2 a 0 diante do Corinthians, no entanto, não representa apenas a retomada de uma sequência de bons resultados. O triunfo sobre o rival deveria servir também como objeto para reflexões sobre as relações que estabelecemos entre resultado e desempenho aqui no Brasil.
Isso porque, mesmo no período de instabilidade, o São Paulo sempre demonstrou um padrão de jogo claro, de toques curtos e muita movimentação.
Por mais que o resultado não fosse o esperado, o técnico Dorival Júnior nunca se negou a falar nas coletivas sobre os problemas da equipe e como pretendia soluciona-los, pois o campo mostrava desempenho. Havia confiança no próprio trabalho e o caminho a ser percorrido era muito claro.
O mesmo, porém, não pode ser falado do time adversário. Mesmo atravessando uma sequência de onze jogos sem perder, Vanderlei Luxemburgo se negava a analisar os jogos do Corinthians nas coletivas.
O técnico, que defende o ‘futebol empírico’, onde os jogadores são os responsáveis por solucionar os lances de maneira improvisada, na base da tentativa e erro, talvez tenha adotado tal postura por saber que não tinha conteúdo para apresentar nas entrevistas, o oposto de Dorival. Em nenhum momento seu time demonstrou a mesma regularidade de desempenho que o Tricolor.
Assim, a classificação do São Paulo para a decisão da Copa do Brasil premia o melhor trabalho entre os dois técnicos. Dorival pode até não ser genial, como sugere o apelido que recebeu de parte da torcida, mas uma eliminação, por mais frustrante que fosse, não diminuiria a qualidade do seu trabalho.
Além disso, saber como se ganha e como se perde é fundamental em um jogo cada vez mais estudado. Se alguém ainda tinha qualquer dúvida, a classificação do Tricolor nos mostra que não há mais espaço para o ‘futebol empírico’ no alto rendimento.
Fonte: Lance