Evento realizado pelo SINTRAF e entidades parceiras reuniu agricultores e agricultoras familiares de todas regiões do município
O domingo dia 17/07 foi bastante concorrido no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Agricultura Familiar – SINTRAF Coité com a realização da Feira da Agricultura Familiar e Agroecológica promovida pelo Sindicato e entidades parceiras.
Centenas de produtores rurais e pessoas ligadas aos movimentos sociais chegaram cedo ao local do evento onde participaram de um café da manhã com alimentos produzidos pela Agricultura Familiar, enquanto ouviam o agradável repertório de Zicks Musical, em seguida foi formada a mesa com a participação de representantes das entidades que atuam diretamente no projeto de uma agricultura familiar forte, a exemplo do MOC, Fundação APAEB, COGEFUR, CAECDT, COOAFES, FATRES, FETRAF-BA e ArcoSertão Central.
O evento foi aberto por Urbano Carvalho diretor de Finanças do SINTRAF, que falou da retomada das atividades da entidade que há dois anos não vinha realizando por conta da pandemia do novo Coronavírus, mas segundo ele, não está sendo fácil para a agricultura familiar sobreviver, tendo um Governo Federal totalmente contrário, e que as dificuldades começaram depois do afastamento de Dilma Rousseff.
Urbano Carvalho disse ao Calila Notícias que projetou uma feira maior, mas esbarrou na falta de recursos financeiros e ainda assim realizou com objetivo de mostrar os produtos e denunciar para que a sociedade saiba o que está acontecendo com a agricultura familiar no Brasil.”Nós estamos hoje diante de uma situação que não podemos ficar calados, para se ter uma ideia, os juros do Pronaf [ Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] foi elevado de quatro e meio pra seis porcento e de seis para oito, e vejo isso como política de exclusão, temos que estar conversando com os pequenos produtores, orientando e buscando o espaço correto para que eles possam produzir e ter aonde comercializar, e a cooperativa tem sido esse espaço e queremos nessas feiras levar a conhecimento de todos o importante papel da Cooafes [Cooperativa dos Agricultores Familiares e Economia Solidaria] que nasceu no movimento de mulheres e que hoje passa por dificuldades por não ter apoio, principalmente de assistência técnica”, lamentou Urbano.
Carvalho lembrou que a Agricultura Familiar nos governos Lula e Dilma era um setor reconhecido e respeitado, mas que a partir do momento que Michel Temer assumiu a presidência depois que Dilma sofreu o Impeachment foi esquecido – OuçaTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
O discurso de Urbano sobre a ‘pouco importância’ que o Governo federal tem dado aos agricultores familiares norteou os demais discursos, a exemplo da coordenadora geral do SINTRAF, Maria Eliana Lima, que disse que foi uma feira pequena mas que foi um sucesso, sem falar da precisão que os agricultores tinham de mostrar seus produtos, já que nos últimos anos não puderam por conta da pandemia, que não acabou, mas que a vacina da grande maioria das pessoas pelo menos deixa a doença menos letal e os órgãos de saúde pública permitem a realização
Eliana lembrou de uma frase muito forte no meio rural que reflete em toda sociedade brasileira: “Se as pessoas do campo não plantam, as da cidades não jantam”.
A coordenadora do Sintraf afirmou ainda que, como não bastasse a pandemia para dificultar as coisas, outro entrave vem sendo o governo federal.
O cerimonial do evento franqueou a palavra para todos que fizeram parte da mesa e cada representante de entidade demonstrou insatisfação pela descaso do Governo federal para com os pequenos agricultores e que tem optado por apoiar os grandes produtores que também são responsáveis pela produção do alimento com grande quantidade de agrotóxico.
João Nilton Santana, popularmente conhecido por ‘Pité’, ele que já dirigiu ou fez parte das principais entidades voltadas para as associações, cooperativismo, agricultores familiares, e que atualmente é coordenador do Conselho Gestor do Fundo Rotativo (COGEFUR), disse ao CN que agricultura familiar perdeu o foco que tinha de comercialização desde quando Temer assumiu a presidência, veio o desgaste do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos); PNADE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) essas feiras que serviam para comercializar os produtos, “e depois desse governo acabou tudo”, afirmou.
Pité lamentou muito também a situação que se encontra a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) não tem estoque de semente e nem de qualquer tipo de alimento, e querem colocar a culpa apenas na pandemia e agora vem querendo destinar recursos de onde tirou agora como forma de enganar .
João Nilton está há quarenta anos nos movimentos sociais e segundo ele, este é o pior momento e que as feiras estão voltando ‘natoralmente’ já que não tem recursos do governo federal e que a Bahia ainda é um estado privilegiado por ter um Governo parceiro.
Serviços de saúde foram oferecidos durante a feira
Paralelo a feira da agricultura familiar e agroecológica aconteceu nas salas do sindicato a Ação Saúde do Agricultor uma parceria com a Clinica Previne que ofereceu consultas médicas e exames de vistas tendo atendido mais de cem associados do Sindicato.
Fonte: Calila Notícias