Atração do primeiro dia do festival, Anitta levantou o público de Palm Springs (EUA), servindo carreira do funk ao pop no palco californiano
Teve funk, teve pop, teve favela brasileira no palco do Coachella. A expectativa era alta para a primeira brasileira entre as atrações principais do festival californiano – e Anitta não decepcionou. Com um público lotado, a carioca de Honório Gurgel cumpriu a processa de levar o funk para Palm Springs no entardecer da última sexta (15). E levou além: sua performance foi um menu desgustação da carreira da cantora, um pot-pourri de si própria em suas várias versões. A seu jeito, cumpriu a promessa feita muitas vezes antes, de levar o funk carioca para o mundo.
O show começou com uma apresentação visual em vídeo. Anitta entrou no palco de moto e muito bem acompanhada: para o kick-off com ‘Onda Diferente’, ela convidou ninguém menos que Snoop Dogg, parceiro na gravação, com quem performou a faixa de surpresa. Na sequência, o palco encheu de dançarinos para a envolvente ‘Me Gusta’.
Saweetie foi a convidada seguinte do show, levando ao palco uma versão fidelíssima de ‘Faking Love’. A resposta do público do festival – por vezes meio paradão, para os parâmetros brasileiros – veio imediata em um dos pontos mais celebrados da performance.
Em uma corrida contra o relógio para mostrar o máximo possível, a apresentação ainda teve tempo para uma performance de capoeira para o público de Palm Springs, o intervalo para um troca rápida de looks. Na volta, Anitta faria uma ousada performance de ‘Envolver’, seu hit global e sucesso do álbum Versions of Me, álbum lançado na última terça (12). Mais uma vez, a cantora mirou em servir um momento ao público fiel, com direito a uma versão da coreografia no palco do festival. O passinho no chão, é claro, não poderia faltar.
A performance era parte do bloco ‘internacional’ de Anitta, com os hits de trabalho da cantora na era Versions of Me. Dentre as faixas deste momento, destaque para a entrada de ‘Girl From Rio’ – aqui, acompanhada de uma performance delicada de ‘Garota de Ipanema’, o clássico de Tom Jobim, em bom português.
Respiro dado, foi a vez de voltar ao chão e levar a favela para a Califórnia, como prometido. Não só favela: a ‘Rave de Favela’, que ganhou nova coreografia no palco e Diplo nas pick-ups. Era um sinal: com o sol se pondo, a faixa deu vez a uma sequência de sucessos bem conhecidos dos brasileiros. Teve ‘Vai Malandra’, hit absoluto de Anitta, seguido da rebolativa ‘Bola Rebola’.
Para além de Anitta e de seu domínio de palco, um destaque do show foram as coreografias e a equipe de mais de 40 dançarinos da cantora, responsáveis por uma enorme parte do mood da apresentação – um baile funk de fato, carioca, marrento e sexy, mas também um corpo de baile com domínio das coreografias mais pop.
Do início ao fim, o show foi um encontro de várias fases da carreira de Anitta, que ali foi cantora, popstar, funkeira, dançarina e MC. A um público que nem sempre a acompanhou, ela mostrou a si própria. Quem não conhecia a Larissa de Honório Gurgel, a que prometeu levar o funk para o mundo, ficou conhecendo. E às outras também, uma a uma, a todas as versões de uma Anitta, que fez do palco do Coachella seu próprio baile.
Fonte: Rollingstone
