Com boas notícias dentro e fora do Brasil, Bolsa registra máxima histórica

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Antes, o maior patamar, de 134.193 pontos, havia sido atingido em 27 de dezembro do ano passado

A Bolsa de Valores bateu recorde em negócios com o Índice Ibovespa nesta segunda, 19. O principal índice da B3 alcançou máxima histórica, com 135.778 pontos, alta de 1,36%. Boas notícias no exterior e também domésticas motivaram o bom resultado, disseram analistas. Antes, o maior patamar, de 134.193 pontos, havia sido atingido em 27 de dezembro do ano passado.

A valorização do principal índice da B3 acompanhou a alta das Bolsas americanas, em meio à redução das apostas de recessão nos Estados Unidos e diante da possibilidade crescente de queda dos juros no país em 0,25 ponto porcentual em setembro. “Há consenso de que haverá queda dos juros americanos em setembro, apesar de falas contrárias de alguns dirigentes do banco central dos Estados Unidos”, diz Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital.

Em Nova York, o índice Dow Jones encerrou o pregão do dia em alta de 0,58%, enquanto o S&P 500 mostrou ganhos de 0,97% e a Bolsa eletrônica Nasdaq fechou em avanço de 1,39%. “Os dados mais recentes sobre a economia americana têm contribuído para afastar os temores quanto a uma possível recessão por lá”, disse Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.

Há ainda uma expectativa de sucesso nas negociações de um cessar-fogo em Gaza, na Palestina, o que diminuiria as tensões no Oriente Médio, agravada nos últimos dias. Com isso, os contratos futuros do petróleo recuaram mais de 2,5% ontem.

No cenário doméstico, declarações do diretor do Banco Central Gabriel Galípolo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre metas de inflação animaram os investidores. “O aparente alinhamento entre as falas do presidente Lula e do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, parece ser o motivo da alta de hoje (ontem)”, diz Inácio Alves, analista da Melver.

Na visão de Takeo, a tendência de alta do índice da Bolsa ontem continuará, a despeito do fechamento em baixa registrado na sexta-feira (-015%), após oito altas seguidas. “O fluxo de estrangeiros está forte, e já soma R$ 4 bilhões em agosto.”

Com crescimento das apostas de alta da taxa Selic no mês que vem, o diferencial de juros passa a ficar interessante e tende a atrair investidores ao Brasil.

“Entramos em um cenário que é bom para o Brasil, ainda mais com chance de a Selic ser elevada”, avaliou o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Balanço

O Índice Ibovespa acumula ganho de 6,37% neste mês – no ano a alta é de 1,19%. Na sessão de ontem da B3, destaque para o forte desempenho do setor de bancos, com Bradesco (ON +5,62%, PN +4,48%), Vale (ON +1,60%), Usiminas (PNA +6,91%), CSN (ON +6,19%) e Gerdau (PN +2,50%).

Na ponta vencedora do índice de ontem, houve ganhos de dois dígitos para empresas nacionais, como Petz (+23,87%) e Lwsa (+12,74%), além de Marfrig (+13,19%), CVC (+12,04%) e Magazine Luiza (+10,65%). No lado oposto, vieram Weg (-2,74%), Prio (-2,66%), Sabesp (-1,22%) e 3R Petroleum (-1,10%).

Para Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, no âmbito doméstico, “a economia brasileira segue aquecida, com expectativa maior para o PIB de 2024, acima do que o mercado projetava há poucos meses, com desemprego ainda bastante contido”.

Segundo ele, “o cenário macroeconômico positivo se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como ações.

Câmbio

O dólar, por sua vez, recuou 1,02% no pregão, acelerando a queda no final da sessão até encerrar em R$ 5,41. Ontem, o real apresentou o segundo melhor desempenho entre as divisas latino-americanas, atrás apenas do peso chileno, que se recuperou de perdas recentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



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