Reprodução/EPTV Campinas

Com desabastecimento de contraste, paciente enfrenta dificuldades no tratamento de câncer

Bahia

Além da batalha contra o câncer, o aposentado Cláudio Antônio Lemos, de 70 anos, enfrenta agora dificuldades para conseguir marcar um exame de acompanhamento do tratamento. Atendido pelo Hospital Aristides Maltez, o idoso está há 30 dias tentando agendar o procedimento, mas não consegue por falta de um item essencial: o contraste. 

“Ligo todos os dias para o hospital, onde sou muito bem atendido. Pergunto se tem contraste, mas sou informado que é um problema a entrega do Sus. Além de mim, vários outros pacientes estão passando por isso, pacientes que vêm do interior, não conseguem fazer o exame e voltam para casa”, conta o aposentado. 

Cláudio explica que precisa fazer o exame para apresentar ao seu médico na próxima consulta de acompanhamento da evolução da doença. O encontro está marcado para esse mês de agosto e, desde junho, o idoso poderia realizar o procedimento, mas não consegue agendar. 

Procurado pelo Metro1, o Hospital Aristides Maltez, uma das principais instituições especializadas no tratamento de câncer, informou que o aparelho responsável pela realização do exame está funcionando plenamente. De acordo com o hospital, o problema é uma escassez do contraste no mercado. 

A substância é utilizada no exame de tomografia. Ela realça e destaca diferentes partes do corpo, o que possibilita uma melhor interpretação da imagem e permite um diagnóstico mais assertivo. De acordo com o hospital, ao menos oito estados e o Distrito Federal relataram falta ou racionamento da substância. Entre eles, está a Bahia. 

O Ministério da Saúde reconhece o desabastecimento no mercado e informou que, em conjunto com as sociedades médicas brasileiras, está orientando a racionalização do uso do contraste para exames e procedimentos médicos até que o fornecimento seja normalizado. 
 
“A fim de minimizar os danos relacionados à falta do produto, a pasta recomenda otimizar o uso, priorizando procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência”, diz nota do ministério.
 
De acordo com a pasta, a escassez de meios de contraste ocorre de forma global devido à interrupção nas cadeias de produção e distribuição do insumo, como consequência dos efeitos causados pela pandemia da Covid-19. 

Fonte: Metro1