A guerra na Ucrânia provocou uma reação em cadeia contra a Rússia. Em pouco mais de 30 dias, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin cresceram 91%.
A “reputação” russa já não era boa. O país figurava no ranking das nações com boicotes econômicos, ao lado de Irã, Síria, Coreia do Norte, Venezuela, Myanmar e Cuba.
Porém, após invadir o território ucraniano, em 24 de fevereiro, e promover sucessivos bombardeios, os principais blocos econômicos e as maiores potências mundiais endurecerem as punições. O número passou de 2.754, antes do conflito, para 5.262 até 30 de março.
Os números foram analisados pelo Metrópoles, com base em informações publicadas pela plataforma Castellum.AI, especializada em investigação de dados.
Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, França, Canadá, Austrália e Japão são os países que mais aplicaram sanções contra a Rússia. Isso sem considerar as punições em bloco, como as impostas pela União Europeia e do G7 (grupos dos países mais ricos), por exemplo.
O Irã aparece em segunda colocação na lista dos países que mais sofreram sanções, com 3.616 restrições. Síria (2.608), Coreia do Norte (2.077), Venezuela (651),Myanmar (510) e Cuba (208) completam o ranking.
Todo esse volume de restrições tem causado problemas econômicos ao país de Putin. Lá, a inflação disparou e encareceu serviços e produtos. Além disso, a moeda russa, o rublo, e a bolsa de valores nacional estão em severa desvalorização.
Novas punições
O governo dos Estados Unidos admitiu ao longo da semana que estuda novas sanções contra a Rússia. O país já proibiu a compra do petróleo russo — considerado o golpe econômico mais duro desde o início do conflito.
O Reino Unido, por outro lado, anunciou também nesta quarta-feira (30/3) um novo pacote de sanções à Rússia. Uma das medidas o fornecimento de assistência técnica para navios e aviões que beneficiariam alguém sancionado.
Segundo a agência de notícias internacionais Reuters, o governo está “agindo em conjunto com aliados ocidentais” para tentar paralisar a economia russa como punição pela invasão da Ucrânia por Moscou.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que as sanções devem se intensificar até que não haja mais tropas russas na Ucrânia.
Ele tem como alvo o acesso da Rússia ao sistema financeiro internacional, indústrias-chave como transporte e defesa e elites ricas próximas ao presidente Putin.
Guerra
O governo russo mandou recados ao Ocidente e à Ucrânia sobre o possível fim da guerra. O país comandado pelo presidente Vladimir Putin demonstrou não acreditar em um desfecho rápido para o conflito.
Ao realizar pronunciamento em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, foi cauteloso sobre um possível acordo de cessar-fogo.
Peskov declarou que “ainda não há sinais de avanço e que não houve nada a ser descrito como realmente promissor”. Além disso, avisou que ainda haverá um “longo período de trabalho pela frente”.
Vale ressaltar que a Rússia não trata a luta armada no Leste Europeu como guerra, mas sim, como uma “operação militar especial”.
Nova estratégia
O governo russo confirmou que redistribuiu tropas de seu Exército para sitiar a região separatista pró-Rússia de Donbass, onde estão as cidades de Donetsk e Luhansk, no Leste ucraniano.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, explicou que as tropas russas que estavam realizando ofensivas em Kiev, capital e coração do poder, e Chernihiv irão se “reagrupar”.
Segundo a agência estatal de notícias RIA, a intenção é que os militares se reúnam para “libertar a região de Donbass”.
Essa seria uma “segunda fase” da invasão, uma vez que Shoigu disse que os objetivos da primeira fase foram concluídos.
A declaração do ministério veio um dia depois de a Rússia garantir que reduziria as operações perto de Kiev e Chernihiv.
Fonte: Metrópoles