Colegiado decidiu abrir processo de apuração ética e vai investigar se o então diretor cometeu ‘desvio ético’ ao pedir votos para o então presidente em uma rede social.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP) decidiu em reunião colegiada na quinta-feira (28) instaurar um processo de apuração ética contra o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
A comissão informou que apurará se o então diretor-geral da instituição praticou “desvio ético decorrente de suposto pedido votos a candidato, no âmbito de rede social, na véspera do primeiro turno das eleições”.
A CEP informa que há indícios de materialidade do desvio e que os esclarecimentos iniciais sobre o processo já foram prestados.
Em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno da eleição presidencial, Vasques pediu votos para o então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em uma rede social.
Após a repercussão, a publicação foi rapidamente removida e não ficou disponível no dia da votação que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Silvinei Vasques preso
O ex-diretor-geral foi preso preventivamente no começo de agosto em uma operação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.
A prisão ocorreu em Florianópolis, e Silvinei foi transferido para Brasília, onde continua detido. Celulares, computador e passaporte do ex-diretor-geral foram apreendidos.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze que interferiram na movimentação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.
Na véspera, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro. Vasques é réu por improbidade administrativa nesse episódio.
No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques. A ordem, no entanto, foi desrespeitada pela PRF.
Fonte: G1