A prática é uma opção para quem busca cuidar da saúde mental; saiba mais sobre o assunto
O mês de setembro é mundialmente dedicado à atenção para com os cuidados da saúde mental. A campanha Setembro Amarelo coloca em pauta a importância da discussão do tema, bem como da execução de ações que preservem a vida. Nesse sentido, o tratamento psicológico amplia o debate livre de estigmas sociais acerca dessa questão e a prática da acupuntura pode ser uma via alternativa.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 cerca de 9,3% dos brasileiros apresentavam algum transtorno de ansiedade. Os sintomas mais comuns para essa condição são falta de ar, dores no corpo, variação na frequência cardíaca e insônia. Essa realidade é apenas um recorte, mas demonstra a importância da discussão sobre os cuidados para com a saúde mental.
Embora o assunto seja visto como uma questão de saúde pública, ainda há muito a se fazer. Isso porque o diagnóstico de doenças mentais ainda implica em preconceitos estruturados socialmente. Essa realidade impacta na busca por tratamentos, representando um perigo para a saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
Atualmente, a terapia mais comum dentro dos tratamentos psicológicos é a medicalização. Porém, algumas outras ações também podem auxiliar nesse processo e trazer resultados positivos para a saúde mental. Além de indicações para adotar uma mudança de hábitos, como sono adequado e exercícios físicos, a prática da acupuntura está se popularizando como uma via complementar.
Para saber mais sobre essa atividade, ouvimos o especialista Dr. Luiz Sampaio, psiquiatra, médico Acupunturista e presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA). Confira mais sobre a prática a seguir.
A acupuntura
A acupuntura como tratamento médico se iniciou na China entre os séculos III aC e III dC. Desde então essa prática tem evoluído e se popularizado em diversos países ocidentais. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina reconhece a atividade como tratamento médico desde 1992.
Apesar da acupuntura não ser farmacológica, ela pode ser utilizada de modo isolado ou em associação com tratamentos à base de medicamentos, intervenções físicas e cirúrgicas. O que determina qual abordagem adotar é o diagnóstico médico.
Para quais casos ela é indicada?
A prática pode se aplicar como um tratamento isolado em diversas condições clínicas. Já como terapia associada ao uso de medicamentos ou outros tratamentos, sua realização é indicada para praticamente todas as doenças.
Além disso, nos casos cirúrgicos possui indicação para o alívio de dores pós-operatórias e redução dos processos inflamatórios. A prática também pode ter impacto na melhora do sistema imunológico em portadores de câncer, aliviando os sintomas colaterais da quimio e radioterapias.
Ainda segundo Luiz, não existe um público específico para o tratamento por acupuntura. Dessa forma, sua aplicação pode variar de acordo com o diagnóstico médico em qualquer pessoa e independente da idade.
Existem restrições para essa prática?
As restrições da acupuntura se relacionam diretamente ao diagnóstico médico. Isso porque se usada de modo inadequado pode mascarar a dor, acarretando no agravamento de doenças. Portanto, os riscos da terapia, ainda que raros, devem ser objeto de avaliação médica.
Qual o impacto da Acupuntura nas doenças mentais?
O tratamento psicológico é um tipo de tratamento que faz uso das técnicas psicoterápicas. “Tanto a psicoterapia como a Acupuntura podem ser indicadas de modo isolado para alguns dos diagnósticos comuns da psiquiatria, em outros podem ser associados e, em casos mais severos, associados aos fármacos. É necessário ressaltar que a Acupuntura é um tratamento médico e não psicológico”, explica Luiz
A acupuntura auxilia na redução do uso de remédios e, por conseguinte, na diminuição de seus efeitos colaterais adversos. O tratamento objetiva a regulação das funções fisiológicas do organismo. Tudo isso ocorre por meio do sistema nervoso periférico, central e autônomo, ou via sistema endócrino e imune.
Em casos de tratamento de doenças mentais, a liberação de opioides possui ação ansiolítica e sedativa, beneficiando a qualidade do sono. Já a serotonina conta com ação ansiolítica, auxiliando no humor. Dessa forma, pode-se diminuir ou até mesmo evitar a necessidade do uso de fármacos.
De acordo com o psiquiatra, a procura por acupuntura como forma de terapia é mais recorrente para doenças como ansiedade, distúrbios do sono e depressão. No geral, essa procura é uma alternativa às terapias medicamentosas, condição esta que nem sempre é possível e indicada.
Fonte: Saúde em dia / Foto: © Shutterstock
