Como Pinóquio aprendeu a ler é o tema abordado por Marisa Midori

cultura

A professora comenta esse aspecto presente em um capítulo da coletânea “Notas Para Uma Definição do Leitor Ideal”, recentemente publicada pela Editora Sesc

Por Claudia Costa – Domingo, 9 de maio de 2021

Radio USP

Depois de falar sobre as histórias da carochinha, a coluna Bibliomania desta semana apresenta “a trajetória de um dos mentirosos mais célebres e mais queridos da história universal: o Pinóquio, de Carlo Collodi, publicada na Itália em 1883”, conta a professora Marisa Midori. Uma trajetória bem longeva, como narra a tradutora Denise Bottman e como cita a professora, acrescentando dois fatos curiosos: Monteiro Lobato foi o revisor da edição de 1933 e Guilherme de Almeida traduziu o Pinóquio da Disney, nos anos 40.

“Hoje eu queria comentar um aspecto de Pinóquio explorado por Alberto Manguel: Como Pinóquio Aprendeu a Ler”. O capítulo compõe a coletânea recentemente publicada pela Editora Sesc, sob o título: Notas Para Uma Definição do Leitor Ideal, destaca Marisa. Segundo a professora, a biblioteca de Pinóquio ficava em um palácio e era “cheia de frutas glaceadas e tortas, de panetones, rosquinhas de amêndoa e biscoitos com creme”. Como lembra Marisa, “no mundo de Pinóquio, os livros não têm valor, porque não enchem a barriga”. E completa: “Mesmo quando Pinóquio vence todos os obstáculos para frequentar a escola e, enfim, aprender a ler, sua vida continua difícil”. Para Manguel, diz a professora, o processo de iniciação errática à leitura de Pinóquio ilustra bem o ambiente social no qual vive o boneco de pau criado para se tornar um menino de verdade.

A professora cita uma fala de Manguel: “Em certas sociedades em que o ato intelectual é prestigiado por si só, como é o caso de muitas etnias indígenas, o professor (o ancião, o xamã, o instrutor, o encarregado de conservar a memória da tribo) tem mais facilidade em cumprir suas obrigações, pois nessas comunidades a maioria das atividades é subordinada ao ato de ensinar. Mas em outras sociedades, da Europa e da América do Norte, por exemplo, o ato intelectual é totalmente desprestigiado. O orçamento destinado à educação é o primeiro a ser cortado; a maioria dos nossos governantes mal sabe ler; nossos valores nacionais são puramente econômicos”. E Marisa finaliza: “É ler para crer!”. Informações do site Jornal USP.

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