Confira como foi o julgamento que condenou acusado de matar a ex-mulher a 16 anos de prisão

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Por Portal Ipirá City- Léo Araújo

Já passava das 20h quando foi lida a sentença de Luiz Carlos Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Judeu, condenado a 16 anos de prisão na noite da última terça-feira (08) pelo assassinato de sua ex-esposa Alessandra Souza Rios, a Sandra Cabeleireira, além disso ele também foi acusado de tripla tentativa de homicídio porém absolvido dessa acusação. Você confere agora o passo a passo de um dos julgamentos mais aguardados pela população ipiraense.

O Inicio

Era por voltas das 08h40 de terça-feira quando o acusado chegou ao Fórum Prof. Jaime Junqueira Ayres para o julgamento, a essa altura a frente do local já tinha uma boa quantidade de pessoas que esperavam a oportunidade de entrar para assistir ao julgamento direto da sala do júri. O julgamento começou com a exibição de um vídeo explicando como ocorreria todo o processo de julgamento e regras estabelecidas para que o conselho de sentença fosse formado, após esse momento o réu foi chamado para entrar na sala e acompanhar a escolha dos jurados.

O juiz começou então a ler o nome dos jurados que foram pré-escolhidos para fazerem parte do conselho de sentença explicando aos mesmos que apenas sete seriam sorteados e que para ser efetivamente jurado precisaria da aprovação tanto dos advogados de acusação, quanto dos de defesa. Feito o sorteio e os sete escolhidos e aprovados por ambas as partes, os demais foram dispensados pelo juiz podendo permanecer na sala do júri para acompanhar o julgamento e então deu-se início ao depoimento das testemunhas de acusação e defesa.

Testemunhas falam

As primeiras a falar foram as testemunhas de acusação, que foram convidadas pelo promotor para narrar os fatos do fatídico dia e como teria acontecido a tentativa de triplo homicídio.

Após as testemunhas de acusação serem ouvidas foi a vez das testemunhas de defesa prestarem seus esclarecimentos, tanto as testemunhas de acusação quanto as de defesa, foram interrogadas pela promotoria que nesse caso era a acusação e também pelos advogados de defesa do réu.

Acusado é interrogado

Após a pausa para o almoço o julgamento foi retomado por volta das 13h50 com o interrogatório do réu, o juiz pediu que ele narrasse os fatos do dia do crime, Luiz Carlos logo de inicio se declarou culpado pelo assassinato de sua ex-companheira e em alguns momentos durante seu depoimento chorou e pediu desculpas as filhas. Ele narrou a versão dele dos fatos do dia do crime e mesmo confessando a autoria do crime referente a Alessandra ele negou a tripla tentativa de homicídio.

O juiz após encerrar sua parte no interrogatório franqueou então a palavra para que acusação e defesa fizessem perguntas ao réu, nesse momento a defesa comunicou ao juiz de que o acusado teria sido orientado para não responder as perguntas da acusação, respondendo por tanto apenas perguntas de seus advogados de defesa.

Debate entre acusação e defesa

Após o interrogatório do acusado, acusação e defesa tiveram 1h30 para sustentarem suas teses ao júri, a acusação sustentou a tese de que além de Judeu ser condenado pela morte de Sandra teria que ser condenado também pela tripla tentativa de homicídio.

Já a defesa defendeu a tese de que o réu deveria ser condenado pela morte de Sandra, mas não pela tripla tentativa de homicídio pois segundo a mesma não havia indícios o suficiente que comprovasse que o réu teria feito essa tentativa.

Júri vota e sentença é lida

Já iniciava a noite de terça-feira quando o jurados escolhidos se dirigiram até uma sala onde analisariam as acusações feitas contra Judeu e se iriam condenar ou absolver o réu, antes o juiz explicou aos jurados e aos presentes na sala do júri a forma como ocorreria todo processo de análise e decisão dos jurados. Já passava das 20h quando o juiz, jurados e advogados de acusação e defesa retornaram para a sala do júri onde seria lido a sentença, o juiz pediu que as pessoas que estavam do lado de fora do fórum pudessem entrar para poderem ouvir também a sentença, ao ler, o juiz informou que os jurados formaram maioria para que o réu fosse condenado pela morte de Alessandra Souza Rios, porém o réu foi absolvido da acusação de tripla tentativa de homicídio, a pena imposta pelo juiz foi de 16 anos de prisão em regime fechado.

A sentença causou indignação em familiares e amigos da vítima que esperavam que o réu pegasse mais anos de prisão, o advogado Dr. Matheus Biset disse que a família pretende recorrer da decisão, mesmo condenado a 16 anos de prisão, Judeu deve cumprir 15 anos e 8 meses pois o tempo em que esteve preso antes do júri será descontado da pena, outro fator que pode fazer com que eventualmente a pena diminua é o comportamento do réu dentro da prisão.