Consultoria que auxiliou Corinthians com dívida toma calote e cobra R$ 1,5 milhão na Justiça após ‘confissão’ de Duílio

Bahia Brasil esportes

Francisco De Laurentiis – Quarta, 12 de junho de 2024

Contratada em maio de 2021 para ajudar o Corinthians com renegociação de dívidas, a consultoria KPMG alegou que levou calote e foi à Justiça para cobrar R$ 1.490.967,78 do clube.

No processo, ao qual a ESPN teve acesso, a gigante do ramo da auditoria pede ainda que sejam pagos mais R$ 29.852,11, referentes à carta de citação ao Timão, totalizando uma cobrança de R$ 1.520.819,89.

KPMG afirma que o ex-presidente do clube alvinegro, Duílio Monteiro Alves, assinou, em 30 de dezembro de 2023, um documento de confissão de dívida, assegurando que a empresa seria paga até 20 de janeiro deste ano, em uma única parcela.

Como não houve o pagamento, porém, a companhia foi à Justiça para receber os valores devidos.

“Desde o inconteste vencimento da dívida, as exequentes envidaram todos os esforços possíveis para recebimento, de forma amigável, de seu crédito, no entanto, o executado quedou-se inerte e não honrou com o compromisso assumido no título extrajudicial exequendo, não restando, assim, alternativa à KPMG para o recebimento de seu crédito senão o ajuizamento desta ação de execução”, escreveram os advogados da empresa.

No processo, ainda foram anexados diversos e-mails enviados entre janeiro e abril deste ano a Rozallah Santoro e Roberto Gavioli, agora ex-diretores financeiros do Corinthians, questionando sobre o pagamento da dívida, mas todos sem resposta.

O contrato entre Corinthians e KPMG foi assinado em 26 de maio de 2021, durante o primeiro ano da gestão Duílio.

À época, o Timão vinha de um aumento de 47,7% em sua dívida no último ano do mandato de Andrés Sanchez, chegando a R$ 950 milhões, de acordo com o balanço da época.

O intuito em procurar a consultoria era ajudar na renegociação de dívidas, além da captação de novos recursos para incrementar as receitas do time.

Apesar disso, porém, a dívida corintiana aumentou sem parar nos últimos anos, chegando agora ao patamar de R$ 2,1 bilhão, de acordo com o último balancete.

Deste montante, cerca de R$ 1,4 bilhão são do clube e R$ 717,8 milhões são do financiamento da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal.

Processo corre risco de extinção

Em decisão publicada na última terça-feira (11), o juiz Paulo Guilherme Amaral Toledo, da 1ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, afirmou que os advogados da KPMG cadastraram vários documentos anexados ao processo de forma errada no sistema do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

Com isso, o magistrado deu 15 dias para que a defesa da KPMG faça a recategorização dos anexos. Caso isso não seja realizado, o processo contra o Corinthians pode ser extinto por determinação da Justiça.

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