O estado do Rio Grande do Sul responde por 70% da oferta nacional do produto.
O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou na última segunda-feira (20), as tarifas para dois tipos não parboilizados e um tipo polido/brunido do grão de arroz. Três tipos deixarão de pagar Imposto de Importação para entrar no Brasil.
A medida tem como objetivo garantir o abastecimento de arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul. O estado responde por 70% da oferta nacional do produto.
Em alguns estabelecimentos de Feira de Santana, a compra do arroz foi limitada para cada consumidor. A reportagem do Acorda Cidade esteve no Atacadão São Roque e conversou com Lusitânia Mel, gerente de Marketing da unidade.
Segundo ela, até semana passada, a compra precisou ser limitada em até 10 unidades de arroz, mas diante do novo cenário, esse limite já foi cancelado.
“A gente está tratando de um produto que vem diretamente do Rio Grande do Sul, onde a gente compra uma quantidade muito grande, e as compras que fizemos anteriormente, não foi entregue ainda. Nós tínhamos um estoque em casa, a gente mantém esse estoque, o que nós fizemos foi limitar a saída dos produtos, mas nesta semana a gente tem um cenário mais positivo, então o que a gente comprou, a previsão de entrega vai ser de 25 dias até 30 dias. A gente quer realmente atender a comunidade como um todo, e isso quer dizer que o mercado vai estar abastecido. Estávamos com uma limitação de até 10 unidades, mas como o cenário já mudou, provavelmente essa limitação não vai mais existir”, explicou.
De acordo com Lusitânia, muitos consumidores ficaram assustados com a notícia e correram para os supermercados para garantir o alimento.
“Algumas pessoas ficaram assustadas, até pela própria mídia, a imprensa divulgar que teria a escassez no mercado, então muitas pessoas correram para comprar, mas compram conscientes, pois nós tivemos a preocupação de limitar a saída, até as vendas no atacado, nós limitamos, para que não faltasse para o consumidor final. Pedimos que as pessoas comprem de forma consciente, não vai faltar o arroz de cada dia, quando for comprar, lembrar do outro também, a gente torce muito para que tudo volte com sua normalidade, e dentro do possível, a gente possa também estar ajudando este povo a se reerguer e construir uma história”, completou.
Professor de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Roberto Rodrigues contou ao Acorda Cidade que presenciou muitos estabelecimentos, utilizando táticas para equilibrar a venda do arroz.
“A gente percebe que no mercado o preço vem aumentando, e eles tentaram reduzir a quantidade de arroz, eu acho que é uma tática muito boa, porque a gente controla a quantidade de arroz e isso faz com que todo mundo possa ter a quantidade necessária, tem como dividir para todo mundo. É uma tática boa para que possa suprir as necessidades de todos e assim a gente evita ter excessos, quem tem mais condições, não possa comprar demais, e quem tem menos condições possa ficar sem arroz em casa, mas que o preço está realmente muito elevado”, pontuou.
Roberto também contou que antes da tragédia no estado do Rio Grande do Sul, a escolha pelo arroz era através da marca, mas ultimamente, está sendo necessário observar o preço.
“O arroz estava na faixa de R$ 5, mas agora a gente encontra entre R$ 7, R$ 8, até R$ 9. A gente comprava por marca, mas agora é preciso olhar o preço. Nós não estocamos em casa, porque o intuito é comprar para usufruir mesmo, ainda não cheguei a este nível de medo para ter estoque dentro de casa”, disse.
Para a contadora Nilda Souza Pereira, é possível que falte arroz nos estabelecimentos comerciais.
“Nós já começamos a sentir o novo preço, deu um pulo na verdade nesta última semana. De certa forma, a gente tem acompanhado as informações sobre as enchentes no sul do país, e logicamente que devemos nos unir para colaborar e contribuir com os agricultores, porque é certo faltar mercadoria. Não estou comprando para fazer estoque dentro de casa, mas estou com receio de ter que fazer isso em pouco tempo”, contou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade /