Consumo de álcool entre jovens aumentou; 7 motivos que fazem disso um problema

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Estudo realizado pelo IBGE indicou um crescimento do uso álcool e drogas entre adolescentes de 13 a 17 anos de idade

consumo de álcool entre os jovens aumentou. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), divulgada na última quarta-feira (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O levantamento envolveu 159 mil alunos de 13 a 17 anos, do 9º ano do ensino fundamental, nas redes públicas e privadas de todas as capitais do Brasil. O objetivo foi comparar os dados das quatro edições da pesquisa: 2009, 2012, 2015 e 2019.

E o resultado foi que o número de pessoas que experimentam bebidas alcoólicas nessa faixa de idade cresceu de 52,9%, em 2012, para 63,2%, em 2019. O aumento foi maior entre as meninas (de 55% para 67,4% no mesmo período) do que entre os meninos (de 50,4% para 58,8%).

Já o consumo excessivo de álcool em um mesmo dia – quatro doses para as meninas e cinco para os meninos – também aumentou. Foi de 19%, em 2009, para 26,2%, em 2019, entre os garotos; e de 20,6% para 25,5% entre as garotas.

Todos esses dados apontam para um cenário perigoso, onde o consumo de bebidas alcoólicas – mesmo sendo proibido para menores de 18 anos no Brasil – vive uma forte tendência de crescimento entre os adolescentes. Algo que pode comprometer a saúde física e mental desde cedo e se transformar em consequências graves e prematuras.

Os perigos do consumo de álcool

Segundo a médica nutróloga, Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), o álcool é uma substância tóxica para o organismo humano e pode provocar doenças mentais, cânceres, problemas hepáticos, alterações cardiovasculares, com risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC) e a diminuição de imunidade. Além de favorecer a desidratação, a inflamação e o acúmulo de líquidos.

Por isso, com a ajuda de médicos especialistas, separamos sete prejuízos graves que o consumo de álcool pode oferecer. Confira:

1 – Redução do metabolismo. “O fígado trabalha diariamente quebrando as gorduras da sua alimentação e eliminando as toxinas. Quando você bebe álcool, acaba adicionando mais uma tarefa na função do órgão. Dessa forma, seu fígado não consegue processar a gordura de maneira tão rápida e eficientemente, pois estará, também, trabalhando para expelir o álcool. Como consequência, ocorre a desaceleração do metabolismo, levando, inclusive, ao acúmulo de gordura”, explica a Dra. Garcez.

2 – Desidratação e inflamação da pele. “No caso das bebidas, elas são um dos piores e mais agressivos compostos para destruir a pele. O álcool em excesso pode causar não só a desidratação, mas também a inflamação sistêmica, que colabora para a vermelhidão e envelhecimento da pele. O primeiro efeito é a desidratação, uma vez que, na verdade, o álcool retira todo o fluido da pele. Se você olhar para uma mulher que está bebendo há 20 ou 30 anos e uma mulher da mesma idade que não tem esse hábito, veremos uma enorme diferença na pele. Esse tipo de desidratação causa mais rugas, o que pode fazer você parecer até 10 anos mais velho. O álcool também inflama a pele e está ligado à piora de condições como dermatites, rosácea e acne”, explica a Dra. Mônica Aribi, dermatologista sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

3 – Danos ao couro cabeludo e aos fios. “Em curto prazo, o álcool prejudica a hidratação de todo o organismo, inclusive dos cabelos, que se tornam mais ressecados, frágeis e quebradiços. Já a longo prazo, as bebidas alcóolicas podem prejudicar o aporte de nutrientes para os fios e aumentar a inflamação do couro cabeludo, favorecendo, consequentemente, a queda de cabelo, além de contribuir para a piora da dermatite seborreica, por exemplo”, diz a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela SBD.

4 – Diminuição das chances engravidar. “Na segunda metade do ciclo menstrual, mesmo o consumo moderado de álcool está relacionado a chances reduzidas de gravidez”, conta o ginecologista e obstetra, Dr. Fernando Prado, especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

5 – Cálculos renais. O álcool em grandes quantidades e os produtos de sua metabolização (como acetaldeído, NADH e radicais livres) podem causar alterações na função renal. “Eles fazem com que os rins se tornem menos capazes de filtrar o sangue, além de afetar sua capacidade de manter a quantidade certa de água no corpo. Estudos de base populacional sugerem que o consumo de álcool acima dos limites de moderação pode aumentar o risco de doença renal crônica (DRC) na população em geral. Estudos recentes também mostraram um aumento de cálculos renais em mulheres, o qual está associado ao tabagismo e à ingestão de álcool pelas pessoas do sexo feminino, o que não ocorria nas décadas anteriores”, explica a médica nefrologista, Dra. Caroline Reigada, especialista em medicina intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

6 – Problemas circulatórios. Por favorecer a desidratação, o álcool, além de aumentar a incidência de câimbras e dores musculares, também pode fazer com que o organismo retenha mais líquidos. “Como resultado, ficamos mais inchados e a pressão sobre as veias e artérias aumenta, o que pode contribuir para o surgimento de problemas vasculares como varizes e trombose”, destaca a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).

7 – Doenças orais. “O processo de desidratação causado pelo álcool provoca a diminuição na produção de saliva. Como resultado, ficamos mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças como cáries, gengivites e erosão dental, visto que uma das principais funções da saliva é, justamente, proteger os dentes e as mucosas orais”, finaliza o Dr. Hugo Lewgoy, cirurgião-dentista e doutor em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: Saúde em dia

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