LONDRES (Reuters) – A indústria da zona do euro contraiu em junho mais rápido do que se pensava inicialmente, uma vez que o aperto persistente da política monetária pelo Banco Central Europeu afetou as finanças, de acordo com uma pesquisa que pintou uma perspectiva cada vez mais sombria para a indústria.
A retração foi generalizada, com pesquisas publicadas nesta segunda-feira mostrando que a atividade industrial em todas as quatro maiores economias da zona do euro contraiu no mês passado.
Compilado pela S&P Global, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) final da HCOB para a indústria caiu para 43,4, em relação aos 44,8 de maio, o nível mais baixo desde que a pandemia de Covid se consolidava no mundo. O resultado ficou abaixo da leitura preliminar de 43,6 e mais longe da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Um subíndice que mede a produção caiu de 46,4 para 44,2, a mínima em oito meses.
“Há evidências crescentes de que o setor industrial está reagindo negativamente aos aumentos das taxas de juros do BCE”, disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
Em sua batalha para tentar levar a inflação de volta à sua meta de 2%, o BCE já elevou os juros em 400 pontos-base e deve decidir por outro aumento de 25 pontos este mês, atingindo o poder de compra de consumidores e empresas endividados.
A demanda enfraqueceu no ritmo mais rápido em oito meses, apesar dos cortes mais acentuados nos preços dos produtos manufaturados, de modo que fábricas menos otimistas reduziram sua força de trabalho pela primeira vez desde o início de 2021. O índice de emprego caiu de 51,5 para 49,8.
(Reportagem de Jonathan Cable)
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Fonte: Reuters