Valor é cerca de 65% maior em comparação ao torneio de 2018; especialistas explicam o crescimento do setor
As apostas esportivas se tornaram parte da rotina das pessoas que acompanham os jogos da Copa do Mundo do Catar. As propagandas sobre isso estão em todos os lugares: comerciais de TV, publicidade com times, celebridades, jogadores e entidades esportivas, patrocínios no futebol e esporte em geral, além das redes sociais.
De acordo com levantamento do banco britânico multinacional Barclays, o Mundial do Catar vai gerar um total de US$ 35 bilhões (R$ 186 bilhões) em apostas esportivas. É um valor cerca de 65% maior em relação à Copa da Rússia, em 2018.
Também foi feita uma estatística de que, deste montante, US$ 2,5 bilhões (R$ 13 bilhões) serão apostados somente com a final, mais US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) por jogo de cada nas oitavas, quartas e semifinal, e US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) em cada partida da fase de grupos.
Um dos motivos para esses números estratosféricos, captados também pela empresa de inteligência de apostas H2 Gambling Capital, tem a ver com o fato da Copa do Mundo no Catar ser o primeiro evento esportivo global desde o fim das restrições às apostas esportivas nos Estados Unidos.
Mas não é apenas esse o único motivo para o salto de crescimento no número de apostas, de acordo com especialistas ligados às casas de apostas esportivas no Brasil.
Para Darwin Filho, CEO da Esportes da Sorte, a grande visibilidade ocasionada pelo crescimento do marketing executado pelas casas contribuiu para o aumento da popularidade do negócio no Brasil. A Copa do Mundo é e sempre foi sinônimo de paixão mundial e entre os brasileiros.
“Acontece que, em 2022, deparamo-nos com um mercado de apostas nacional muito mais maduro, com mais divulgação, mais concorrência, plataformas com mais facilidades, mais interativas, além da instantaneidade nas transações financeiras com o advento do pix, que acabou sendo o cenário perfeito para o grande aumento desse mercado como verificado em nosso país”, explica.
Segundo o executivo de Esportes da Sorte, a publicidade ainda exerce um papel fundamental no crescimento do setor.
“Além de divulgar as diversas casas que operam em nosso País, ajudam a popularizar e dar credibilidade ao negócio. A meu ver, estamos apenas tocando a ponta do iceberg. Segundo estimativas de conceituados conglomerados de apostas, o mercado do Brasil tem potencial para ser Top 3 no segmento no mundo”, acrescenta.
De uma forma geral, o mercado brasileiro de apostas deve chegar a um total de R$ 9,8 bilhões ao final deste ano, com uma previsão de R$ 12,5 bilhões em 2023. Também no Brasil, a Copa do Mundo do Catar já o evento com maior número de apostadores em 2022, superando as finais da Copa Libertadores e da Liga dos Campeões da Europa.
“É um mercado que se tornou mais consolidado e ganhou o conhecimento do público em geral. Durante a pandemia, com as pessoas em casa, e com a chegada do PIX, além do merchandising das casas, alcançou uma notoriedade antes jamais vista. Tudo isso contribuiu, além de opções cada vez maiores não apenas na esfera esportiva, mas também do entretenimento”, opina Hans Schleier, diretor de marketing da Casa de Apostas.
Marcos Sabiá, CEO de operações do galera.bet, também lembra que a Copa deste ano foi o primeiro evento esportivo global desde o fim da pandemia e das restrições às apostas esportivas.
“Dentre as modalidades esportivas, o futebol ainda é o esporte que recebe o maior número de apostas e a tendência é que esse crescimento continue. Outro ponto importante é que a Copa no Catar aconteceu no final do ano e no meio da temporada europeia, algo inédito”, pontua.
“O futebol continua borbulhando nos grandes campeonatos. E na pandemia as apostas online ganharam mais visibilidade, as pessoas tiveram que se adaptar a uma rotina diferente e mantiveram o distanciamento social. Isso fez com que buscassem novas formas de se divertir em casa pelo digital, o que incluem as apostas esportivas. O desenvolvimento da tecnologia também é outro fator que torna o acesso mais prático”, adiciona.
Entretenimento
Considerada a maior empresa de tecnologia e provedora de jogos do mundo, a Playtech produziu uma nova edição de seu Relatório de Jogo Responsável na América Latina para avaliar o cenário atual de apostas online, tendo em vista que o setor está cada vez mais próximo da regulamentação.
Um estudo da Zion Market Research estima que os sites de apostas esportivas movimentem entre R$ 7 e R$ 10 bilhões por ano, abrangendo não somente as apostas esportivas, mas outros tipos de apostas online.
Embora as apostas em futebol sejam as mais expressivas entre os brasileiros, a pesquisa mostrou que 55% dos apostadores também se divertem apostando em entretenimento.
A pesquisa online entrevistou 2.500 pessoas em cinco países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru. Seu objetivo principal era avaliar as categorias de apostas favoritas do público e os tipos de apostas mais incomuns que já fizeram.
Para além das apostas em entretenimento, como premiações, reality shows e novelas, os esportes virtuais (como simulação de jogo de futebol, corridas de cavalo etc) aparecem em terceiro lugar com 52% da preferência. Em quarto, com, 48%, estão os eSports (competição de jogos online) e, em quinto lugar, movimentações políticas, com 20% da preferência do público.
Vale destacar que a plataforma galera.bet, casa de apostas criada para o público brasileiro e patrocinadora da CBF por meio do Campeonato Brasileiro masculino e feminino, é uma joint venture da Playtech, maior empresa de tecnologia e provedora de jogos do mundo.
Em comum, Playtech e galera.bet possuem entre suas principais diretrizes a missão no jogo responsável, a criação de um ambiente seguro para seus jogadores e o apoio ao esporte.
A pesquisa da Playtech também revelou os tipos de apostas mais incomuns feitas pelos brasileiros. Segundo a empresa, 35% já apostaram em jogos de sinuca, 29% em reality shows, 26% em Fórmula 1, 16% em partidas de tênis, 14% em dardos (categoria de aposta mais comum em países da Europa, como Inglaterra), 12% em natação, 10% em atletismo, 9% em beisebol e rúgbi e outros 7% em partidas de softbol.
“É interessante para a indústria de apostas criar e oferecer uma diversidade de tipos de jogos com foco no entretenimento do público brasileiro, cujo interesse no segmento torna o mercado pulsante e muito promissor”, explica Francesco Rodano, Chief Policy Officer da Playtech.
Pensando nos jogadores que se engajam nesse tipo de diversão online, também é preciso reforçar a importância do apoio e da produção de tecnologias para proteger os jogadores.
A Playtech se dedica para que cada vez mais os brasileiros, especialmente aqueles mais vulneráveis e com comportamentos de risco, estejam protegidos pelas ações de jogo responsável”, acrescenta.
Sobre este assunto, a empresa também estimou em sua pesquisa que metade dos brasileiros (46%) se consideram jogadores responsáveis quando o assunto são apostas online; 45% acreditam que são responsáveis porque as apostas não afetam diretamente sua vida cotidiana.
Por outro lado, 4% acreditam que seus hábitos de jogo podem estar se tornando problemáticos, 3% não sabem o que é jogo responsável, 1% tem certeza de que seu comportamento de jogo é arriscado e 1% não sabe dizer como se identifica.
Fundada em 1999 e na lista premium do mercado principal da Bolsa de Valores de Londres, a Playtech é líder em tecnologia nas indústrias de jogos e negociação financeira com mais de 6.600 funcionários em 26 países.
Fonte: CNN Brasil