Coreia do Sul proíbe comércio de carne de cachorro

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Fazendas que criam cães para o consumo de sua carne e inclusão do item no menu de restaurantes serão proibidas a partir 2027. No ano passado, governo disse que 500 mil cães eram criados no país com essa finalidade.

Quarta, 10 de janeiro de 2024

Parlamentares da Coreia do Sul aprovaram nesta terça-feira (09/01) um projeto de lei que proíbe a partir de 2027 a criação, o abate e a venda de carne de cachorro, algo que tem sido praticado no país há séculos.

A Assembleia Nacional aprovou o projeto de lei por unanimidade, com 208 votos a favor e nenhum contrário. Embora o texto ainda precise ser endossado pelo Conselho de Estado e assinado pelo presidente Yoon Suk-yeol para entrar em vigor, essas etapas são consideradas apenas uma formalidade.

O apoio à proibição cresceu com o presidente Yoon, que é conhecido por adotar cães e gatos de rua. Sua esposa, Kim Keon-hee, também vinha criticando abertamente essa prática.

O texto foi exaltado por ativistas e donos de animais de estimação. Os tradicionalistas, por outro lado, alegam que a carne é uma receita típica sul-coreana e que as pessoas devem ser livres para consumi-la.

A nova lei surge em meio a um crescente apoio ao bem-estar animal no país. Pesquisas recentes mostram que a maioria dos sul-coreanos não inclui mais a carne de cachorro em sua dieta.

O que a lei estipula?

De acordo com o texto, será ilegal criar, vender ou matar cães para o consumo de sua carne, com infrações punidas com até três anos de prisão ou 30 milhões de won (R$ 110 mil) de multa.

“Esta lei tem o objetivo de contribuir para a aplicação dos valores dos direitos dos animais, que buscam o respeito à vida e uma coexistência harmoniosa entre humanos e animais”, diz o texto.

A norma não estabelece punições para o consumo de carne de cachorro.

Em abril de 2022, o Ministério da Agricultura da Coreia do Sul estimou que havia cerca de 1.100 fazendas criando 570 mil cães para o consumo de sua carne, servida em cerca de 1.600 restaurantes do país.

Já a associação de produtores afirma que o veto afetará 3.500 fazendas, que criam 1,5 milhão de cachorros. Os criadores de cachorro na Coreia do Sul planejam realizar protestos contra a medida e recorrer à Corte Constitucional.

 bl (Reuters, AP, AFP)

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