Coronel, ex-ministro e assessor de Bolsonaro: veja lista de visitas de Cid na prisão

Brasil

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid está preso desde 3 de maio. O militar depõe à CPI do 8/1 nesta terça (11/7)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro recebeu, nesta terça-feira (11/7), a lista de visitantes do tenente-coronel Mauro Cid na prisão. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi preso no dia 3 de maio na Operação Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação.

Entre as visitas, estão nomes atrelados ao ex-presidente como, por exemplo, o ex-ministro da Saúde e atual deputado federal, Eduardo Pazuello, e o ex-secretário de Comunicação e advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

Ao todo, Cid recebeu 73 visitantes, a maioria familiares, como sua esposa, Gabriela Cid, e seu pai, o general Mauro César.

Mauro Cid é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques do 8 de Janeiro. Preso, a PF investiga se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.

Além disso, foram encontradas mensagens de teor golpista no celular do ex-ajudante de ordens.

Segundo relatório da PF, a trama para aplicar um golpe de Estado no Brasil envolveria o afastamento de ministros do STF e o início de uma nova intervenção militar.

Veja a lista de visitantes de Mauro Cid:

  • Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado e ex-ministro da Saúde
  • Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da gestão Bolsonaro e advogado do ex-presidente
  • Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid
  • Jean Lawand Júnior, coronel do Exército que trocou mensagens em tom golpista com o ex-ajudante de ordens
  • Mauro César Loureno Cid, general que é pai de Cid e colega do ex-presidente Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército
  • Júlio César Arruda, general e ex-comandante do Exército
  • Ridalto Lúcio Fernandes, general e ex-diretor de logística do Ministério da Saúde
  • João Alexandre Lopes Franzoni, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras; atualmente, é adjunto da Divisão de Simulação de Combate, do Comando de Operações Terrestres (Coter)
  • Jorge Alexandre Oliveira de Medeiros de Souza, tenente-coronel que teve uma conversa em grupo de militares no WhatsApp interceptada e participou da discussão de golpe após vitória de Lula
  • Luiz Eduardo Rocha Paiva, general de brigada
  • Márcio Nunes de Resende Júnior, oficial do Exército
  • Marcos Fernando Fantinel Flores, militar
  • Monique Cid dalla Lana Bohrer, promotora de Justiça
  • Nelson Raul Olavo Kremer, auxiliar do Estado-Maior
  • Osmar Crivelatti, tenente
  • Pedro Ronalt Vieira, general
  • Rafael Cavalcanti Cid, procurador do estado do Rio de Janeiro desde 2004
  • Raphael Borges Lins Maciel Monteiro, policial civil de Goiás
  • Roberto Escoto, general de brigada, comandante da ocupação militar na Maré e o novo diretor de Gestão Corporativa da Apex Brasil
  • Rodrigo Henrique Roca Pires, ex-advogado do do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
  • Temístocles da Rocha Torres, tenente-coronel
  • Wesley Simonton Cindra Rédua, segundo-tenente do Exército
  • Adriano Alves Teperino, primeiro-tenente do Exército
  • Aldo Ernesto Andrade Junior, major
  • Alexandre Oliveira Cantanhede Lago, general de Brigada
  • Antonio Carlos Cid Jr, médico no Exército
  • Bernardo Lobo Muniz Fenelon, advogado de Mauro Cid
  • Bruno Tadeu Palmiere Buonicore, advogado de Mauro Cid
  • Cleverson Ney Magalhães, subcomandante e coronel
  • Darlan Sena Messias Larssen, tenente-coronel
  • Deocleciano José de Santana Netto, coronel
  • Ernesto Luiz Dalla Lana Bohrer, major
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, general do Exército
  • Felipe Rosa Barroso Magno, tenente-coronel
  • Fernando Saboia Vieira, da Assessoria técnica-jurídica da Câmara dos Deputados
  • Glauber Juarez Sasaki Acácio, capitão do Exército
  • Heron Salomão Cardoso Angelim, coronel

Depoimento

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), chegou por volta das 8h45 ao Congresso Nacional para prestar depoimento, nesta terça-feira (11/7), na CPI do 8 de Janeiro. A presença de Cid era aguardada para a semana passada, mas, em meio ao esforço concentrado da Câmara dos Deputados, as sessões foram adiadas.

Em sua fala inicial, Cid explicou como é feita a escolha dos ajudantes de ordem do presidente e negou a existência de qualquer vínculo pessoal entre ele e Bolsonaro.

“Minha nomeação jamais teve qualquer ingerência política. […] Não estava na minha esfera de atribuições de analisar propostas ou demandas trazidas. Não participávamos da gestão pública”, disse.

O ex-ajudante de ordens também afirmou que ficará em silêncio durante a oitiva.

“Sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando a minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base na ordem do habeas corpus concedido em meu favor pelo Supremo Tribunal Federal, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio. Agradeço a atenção de todos. Obrigado”, declarou o militar.

Fonte: Metrópoles