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Corpo de baiana morta após cair do sexto andar de prédio na Argentina passa por nova autópsia

Bahia

Morte de Emmily Rodrigues aconteceu em março de 2023. Família acredita que novo exame possa provar que ela foi jogada pela janela. Defesa do suspeito alega que ela teria se jogado.

O corpo da baiana Emmily Rodrigues, morta após cair do sexto andar de um prédio em Buenos Aires, na Argentina, passará por nova autópsia na manhã desta terça-feira (16). A informação foi divulgada por Aristides Rodrigues, pai da jovem de 26 anos.

O caso aconteceu em 30 de março de 2023 e a família acredita que o novo exame pode comprovar que ela foi jogada da janela. A defesa do suspeito alega que ela teria pulado.

Na ocasião, Emmily estava no apartamento do empresário Francisco Saénz Valiente, em uma área nobre da capital argentina. O homem foi preso por suspeita de homicídio, mas foi liberado 20 dias depois e segue em liberdade.

Ao longo da investigações, a defesa de Francisco alegou que Emmily usou drogas, teve um surto psicótico e se jogou pela janela. Na ocasião, ele ligou para o serviço de emergência da Argentina, deu o seu endereço e pediu que um policial fosse até o apartamento. Na ligação, é possível ouvir gritos de socorro de Emmily.

O pai da jovem, Aristides Gomes, não acredita na versão dos advogados de Francisco. Ele, que também é advogado e atua no caso, afirma que questões deixadas de lado na primeira autópsia, como lesões não compatíveis com a queda, podem ser elucidadas com o novo exame.

Segundo a família, o corpo de Emmily segue na Argentina até a conclusão das investigações. A nova autópsia será feita com participação do médico legista contratado pela família da baiana, Carmelo Napoli, do médico legista contratado pela defesa do suspeito e junta composta por médicos oficiais da Justiça Argentina.

Lesões, queimaduras e marcas de injeções

Em junho do ano passado, foi divulgado que as investigações detectaram a presença de sêmen e sangue em pelo menos 25 amostras coletadas no apartamento do empresário. As informações foram confirmadas pelo advogado da família de Emmily na época, Ignácio Trimarco.

Apesar dessas amostras terem sido detectadas, o pai de Emmily contou que um acordo foi feito entre os advogados de acusação e defesa para que as análises do cromossomo Y não fossem aplicadas em todas as amostras. Para ele, isso é um problema grave, visto que o cromossomo Y está associado ao sexo masculino e poderia provar um envolvimento de Francisco no suposto crime.

“Foi confirmado a presença de DNA do imputado embaixo das unhas de Emmily indicando claramente sinais de defesa, assim como a presença de DNA do imputado na blusa rosa de Emmily, que foi encontrada em cima da cama do quarto deste, o que indica a provável retirada do top a força”, disse o pai da baiana.

De acordo com o pai de Emmily, marcas de lesões anteriores a queda foram encontradas no corpo da jovem, mas não foram levadas em conta na primeira autópsia. São marcas de arranhões e queimaduras por bitucas de cigarro, além de marcas de perfurações por seringa.

“Durante as investigações foi identificado também indícios de que a janela por onde Emmily caiu pode ter sido violada por agentes da polícia científica chegando ao ponto de ser facilmente visualizada as diversas marcas que chegaram a remover parte da tinta branca da janela, o que indica que provavelmente buscaram limpar os rastros de sangue”, afirmou Aristides Rodrigues.

O pai de Emmily também questiona que o motivo da polícia argentina não aplicar o luminol, líquido que mostra resíduos de sangue que parecem invisíveis para elucidar crimes, na janela do apartamento, em março, quando a jovem morreu.

“Somente em abril de 2023 aplicaram o luminol e não identificaram a presença de sangue, o que é um resultado que seria impossível de ocorrer porque o próprio acusado se lesionou em seu antebraço direito nesta mesma janela”, opinou.

O último exame preliminar feito apontou para o uso de drogas como cocaína, maconha, ketamina e mdma. A ketamina é um anestésico geral utilizado em procedimentos cirúrgicos e causa alucinações. Já o “mdma” é conhecido popularmente como ecstasy, causa alucinações e estado de euforia.

g1 não teve acesso a quantidade que essas substâncias foram encontradas no sangue de Emmily. A família acredita que ela pode ter sido drogada.

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Fonte: G1 Bahia