Por Alejandro Acosta
A greve dos Correios dura duas semanas e representa a maior greve no Brasil desde 1995 e a maior greve na América Latina hoje.
A adesão é grande. Muitos CDDs (Centros De Distribuição) estão parados. Várias agências e alguns importantes centros operacionais.
O ponto mais débeil dessa greve é que a greve nos principais centros do país, São Paulo e Rio de Janeiro, é fraca. Os principais centros de produção não foram paralisados.
Os trabalhadores sabem que o que está em jogo é a privatização da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) a troco de pinga e as demissões em massa.
O governo Bolsonaro quer entregar o Brasil para os abutres capitalistas e matar os trabalhadores e o povo brasileiro de fome.
As direções sindicais e os partidos políticos estão pendurados em dossiês pelo governo e se fingem de mortos para buscar quebrar as lutas. São verdadeiras raposas no galinheiro que usam os nossos sindicatos e organizações para eles roubarem e viver bem às nossas custas.
Precisamos nos preparar para as próximas batalhas
1) Ainda nesta semana, deverá ser marcado o julgamento do dissídio no TST (Tribunal Superior do Trabalho).
O mais provável é outra derrota vergonhosa como a que aconteceu recentemente no STF (Supremo Tribunal Federal) que por unanimidade reduziu o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) de dois anos para um ano, apesar que ele tinha sido decretado pelo TST em outubro.
A outra alternativa (menor, mas possível) é o TST manter o dissídio até o final da pandemia ou mesmo por um ano.
Os burocratas sindicais irão comemorar como se fosse Ano Novo e manobrar para levantar a greve.
Mas com isso teremos ganhado a batalha? Longe disso!
2) O STF poderá derrubar novamente uma decisão favorável do TST.
3) A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 149 que privatiza os Correios voltou a entrar em pauta no Congresso e ela já foi assinada por todos os partidos políticos, até pela maioria dos participantes da chamada Frente Parlamentar em Defesa dos Correios.
Sendo a PEC 149 aprovada, os Correios serão privatizados imediatamente e todo mundo demitido.
O que fazer para vencer?
TAREFA 1: Parar os Complexos Operacionais de São Paulo, principalmente Jaguaré, TECA e Vila Maria.
Ação1: enviar 40 trabalhadores de Minas Gerais, aos quais deverão se juntar trabalhadores de Campinas, Santos, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba.
Ação 2: a “oposição” no Rio de Janeiro deve tomar vergonha na cara e parar imediatamente o Benfica.
TAREFA 2: Levar 20 mil trabalhadores a Brasília para o julgamento do TST.
Objetivo: Impor uma posição de força para favorecer a decisão favorável no TST e para barrar uma nova revogação no STF.
TAREFA 3: Exigir que as demais categorias estatais deflagrem greve imediatamente.
Os trabalhadores devem fazer áudios e vídeos com essa exigência.
É preciso denunciar a todas as direções traidoras e vendidas, inclusive às Centrais Sindicais que são um antro de corrupção. Isso também vale para as direções do MST, MTST, UNE e outras.
É preciso preparar imediatamente uma greve geral contra esse governo genocida.
Alejandro Acosta é editor do jornal Gazeta Revolucionária.
Fonte: DE