De acordo com a Conab, o maior crescimento foi do Porto de Itaqui, no Maranhão.
Considerando dados da soja, foram escoados pelos portos do Arco Norte, no período de janeiro a outubro/22, 37,7% do montante nacional contra 32,6% no mesmo período do ano anterior. Em seguida, o porto de Santos movimentou 33,6% da oferta nacional contra 27,2% em igual período do ano passado. Paranaguá seguiu escoando 12,8% das exportações contra 14,2% do exercício anterior, enquanto o porto de Rio Grande expediu 6,5% contra 14,6% do exercício passado. A origem das cargas para exportação em outubro ocorreu, prioritariamente, nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. As análises são do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta semana.
De acordo com o estudo, para o milho, os portos do Arco Norte apresentaram, no acumulado até outubro/22, 45,5% da movimentação nacional contra 48,1% no mesmo período do ano anterior. Na sequência, aparece o porto de Santos escoando, no mesmo período, 35,4% da movimentação total contra 39% do exercício anterior, enquanto pelo porto de Paranaguá foram registrados 12,4% dos volumes embarcados contra 5,5% em igual período do exercício passado.
O forte ritmo das exportações brasileiras de milho tem sido impulsionado pelos excelentes preços internacionais ao longo da temporada, apesar das expectativas recentes, que apontam para uma maior folga no quadro de oferta e demanda mundial. Internamente, o movimento de alta foi limitado pela resistência de compradores, particularmente os produtores de insumos para o segmento produtor de proteína animal, que preferiu utilizar seus estoques, de olho também na demanda internacional.
As estimativas divulgadas pela Conab em novembro apontaram uma área de primeira safra estimada em 22,3 milhões de hectares, com uma produção prevista de 126,3 milhões de toneladas, incremento de 12% em relação ao ocorrido na safra passada. Com relação ao milho terceira safra da temporada 2021/22, produzida majoritariamente na região do Sealba, a safra encontra-se no início da colheita, sendo que o pico da operação deve ocorrer em novembro. Em algumas áreas, o cultivo é, primordialmente, para subsistência e alimentação de pequenos rebanhos nas propriedades, apesar de já despontar na região lavouras com alto emprego de tecnologia e mecanização. Neste ambiente produtivo, a despeito da carência de armazéns, o Sealba apresenta uma logística bastante favorável, com rodovias importantes direcionadas para o Nordeste, natural escoadouro dos excedentes produzidos.
Frete
Em Mato Grosso, os preços do frete em outubro oscilaram sem grandes impactos. As manifestações ocorridas no período pós-eleitoral não chegaram a afetar o fluxo, uma vez que o estado encontra-se em plena entressafra. Já em Mato Grosso do Sul, as cotações do transporte de grãos apresentaram redução nas diversas praças acompanhadas. Mesmo com a demanda aquecida pelo milho segunda safra, que garantiu patamares significativos de movimentação, os preços dos fretes permaneceram pressionados em função da maior oferta de veículos.
No Estado de Goiás, acompanhando a diminuição da demanda, os valores do frete apontaram estabilidade nas praças de origem, como Rio Verde e Catalão, e redução em Cristalina e Bom Jesus de Goiás. No Distrito Federal, a pequena variação nos fretes tem como explicação a forte redução nos níveis de comercialização observados, devido à entressafra ou à observação do quadro de oferta e demanda com possíveis reflexos nas cotações. Para o Paraná, a baixa comercialização de soja no período entre julho e outubro também repercutiu na demanda por fretes, que se manteve reduzida ou até inexistente. O estado do Piauí seguiu a tendência e registrou queda significativa em outubro, contrariando as expectativas das empresas de fretes da região. Já na Bahia, os valores do transporte de cargas apresentaram variações positivas e negativas, sinalizando o efeito da demanda por transporte e a oferta de serviços conforme a região produtora.
O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que contém dados coletados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Bahia e Piauí. O estudo mostra aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra.
Fonte: Ascom Conab