Dasa desativa alas e inicia suposto processo de encerramento do Hospital da Bahia; saiba detalhes

Bahia

O Hospital da Bahia, localizado na Avenida Magalhães Neto, no bairro da Pituba, em Salvador, estaria encerrando suas atividades em meio a dificuldades financeiras, conforme informações obtidas com exclusividade pelo Bnews.

Segundo relatos de funcionários, diversas alas da unidade já teriam sido desativadas, além disso, a perda do credenciamento junto ao Planserv (Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado da Bahia) causou um forte impacto no faturamento do hospital.

Fontes ligadas ao Bnews informaram que a Dasa, empresa que administra o hospital, estaria tentando passar a operação para os antigos gestores, o cirurgião bariátrico Marcelo Zollinger e o médico cardiologista Jadelson Andrade. Após ser procurado, Andrade afirmou ao Bnews que já não tem nenhuma participação direta na gestão do Hospital da Bahia. Já Marcelo Zollinger não deu retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para pronunciamento.

Em nota enviada ao Bnews, o Hospital da Bahia afirmou que “continua operando integralmente e prestando o usual serviço de excelência para a população. A unidade mantém investimento contínuo e significativo em sua estrutura de leitos, ambulatório e centro cirúrgico. No mês de outubro, por exemplo, inaugurou uma nova sala de hemodinâmica com equipamento de alta tecnologia. O hospital reforça seu compromisso com a população e a prestação de um serviço de saúde de qualidade e humanizado”.

O hospital ainda falou sobre a suspensão de atendimentos de urgência e emergência do Planserv: “[…} após meses de tratativas para solucionar um equilíbrio econômico, não foi possível chegar a um acordo e fez-se necessária uma alteração contratual. Nesse sentido, a partir do dia 07/11/2024 a unidade atenderá aos usuários do plano para situações eletivas e referenciadas, com prévia autorização”.

Hospital da Bahia

Inaugurado como uma unidade de alta complexidade, o Hospital da Bahia conta com cerca de 1.500 funcionários, 309 leitos, e está em expansão para atingir 420 leitos. 

A unidade oferece atendimento em setores variados, como Diagnóstico por Imagem, Medicina Laboratorial e serviços de Urgência e Emergência Geral e Ortopédica, além de especializações em Cardiologia, Neurologia, Oncologia, Ortopedia, Urologia, Gastroenterologia e Pneumologia, entre outros.

Em junho de 2021, o hospital foi adquirido por R$ 850 milhões pela Diagnósticos da América S.A. (Dasa), uma das maiores redes de saúde integradas do país. 

No mesmo período, a Dasa e a Amil anunciaram que fecharam acordo por uma fusão que resultou na criação da Ímpar Serviços Hospitalares, uma nova empresa com receita líquida anual de R$ 10 bilhões e Ebitda, métrica financeira usada para avaliar a performance operacional da empresa, de R$ 777 milhões. 

Em agosto deste ano, presidente da Dasa, Lício Cintra, anunciou que a companhia buscava reestruturar suas operações e negociava a venda de ativos, incluindo o Hospital da Bahia, o Hospital São Domingos, em São Luís (PE), e a rede de clínicas Amo, segundo o jornal Valor. Esses ativos geram um Ebitda de R$ 300 milhões, e a venda deve auxiliar a Dasa na redução do seu endividamento, que hoje é de 3,4 vezes o Ebitda.

Em teleconferência para analistas e investidores, Cintra disse que o mercado demonstrou interesse por esses ativos, cujas transações podem ocorrer de forma parcial ou total. Além disso, os recursos obtidos devem ser direcionados para fortalecer a estrutura financeira da companhia.

Fonte: Bnews