De Carnaval a Micareta, Ipirá manteve a tradição de grandes festas

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Por Jorge Luiz – Segunda, 23 de janeiro de 2023

O município de Ipirá, distante 204km de Salvador, localizado no Território da Bacia do Jacuípe, sempre se destacou na realização de festas e até o final da década de 70 a sua grande festa era o carnaval, evento marcante que reunia milhares de foliões e servia de passarela para ensaio das escolas de samba de Feira de Santana.

IMAGENS DO ARQUIVO PESSOAL DE JORGE LUIZ

O Carnaval de Ipirá também tinha seus encantos, com os trios elétricos, Primavera de Cachoeira, Irajá de Irará, Zé Pereira e Fantástico  de Feira de Santana, além das batucadas, blocos de índio, a Mulinha de Zé de Ambrósio, o Bloco de Nena Curandeira, a batucada de Corró, João Tampinha, Acenio Galo Rôco e dos anões, sob o comando de Chico 20 Quilos, além dos bailes de Jonginha, Zuzu e Geninha de Xadú, dos memoráveis bailes carnavalescos do Clube Caboronga e da tradicional segunda-feira gorda do Ipirácy Tenis Clube, sem contar com o espetáculo das caretas e mascarados, sob o comando de Caio Mário e Reinaldo Melo, que tanto atormentavam a vida das crianças e adolescentes. Os foliões também tinham direto a chuva de confetes, serpentinas e o talco que eram jogados sobre eles.

Em meados dos anos 80, o então prefeito de Ipirá Cícero Roberto Cardoso Cintra, com uma visão arrojada, pôs fim ao carnaval e para fugir da concorrência do carnaval de Salvador, resolveu criar a Micareta no mês de abril, para comemorar o aniversário da cidade e consequentemente, trazer para os munícipes as bandas que estavam surgindo com a Axé Music.

A partir da primeira micareta em abril de 1983, Ipirá tornou -se uma referência para toda região.

IMAGENS DO ARQUIVO PESSOAL DE JORGE LUIZ

Pela Avenida Cesar Cabral e Praça da Bandeira, hoje Roberto Cintra, desfilaram trio e banda Corujas, Traz a Massa e Banda Fogo Baiano, Papa Léguas e banda, Tiete Vips e Banda Made in Bahia, Armandinho Dodô & Osmar, Virgílio, Novos Bárbaros, Estrelar, Valneijós, Realce, Serginho e Banda Pimenta Nativa, Jota Morbeck, Zelito Miranda, Laurinha, Greice, Zirinho, Simone Moreno dentre outras atrações, sendo que o maior sonho dos ipiraenses, a banda Chiclete com Banana, que não chegou a se apresentar em Ipirá.

Toda esta festa era embelezada com a belíssima decoração que o artista plástico Henrique Teles Maciel, um dos organizadores da festa, proporcionava principalmente aos visitantes.

Em meados dos anos 90 com a inflação das bandas, a festa foi perdendo a sua origem, porque o município não tinha condições financeiras para arcar com os altos custos da festa.

Vale ressaltar que o maior incentivador da Micareta em Ipirá foi Arivaldo Francisco Santos “Vavazinho”, o qual veio mais tarde a se tornar vice-prefeito do município, ao lado de Roberto Cintra de 1983 a 1988.

Vavazinho, ao lado de Henrique Maciel criaram o primeiro trio elétrico em uma caminhonete e tinha como o mestre da guitarra baiana, o nosso saudoso Cazuza do Cavaquinho, figura lendária do povoado do São Roque.

Esse modelo de projeto, serviu para a criação do trio elétrico em um caminhão, que embalou a campanha vitoriosa do Bate Coração.

O último grande momento da Micareta de Ipirá foi em 2018, quando o então prefeito Marcelo Brandão realizou o sonho do ipiraense, colocando Bel Marques, ex-vocalista da banda Chiclete com Banana para abarrotar a Avenida Anísio Dultra, em um show memorável.

Fonte: Caboronga Noticias

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