Marco Aurélio havia concedido soltura a André do Rap; ministro diz que cumpriu sua obrigação de aplicar trecho introduzido no Código de Processo Penal pelo pacote anticrime
Por Luciana Freire no dia 11 de Outubro de 2020 ⋅ 12:43
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, afirmou que o presidente da Corte, Luiz Fux, “adentrou no campo da hipocrisia” ao suspender a soltura de André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, um importante chefe do PCC — Primeiro Comando da Capital.
Para Marco Aurélio, a decisão do presidente da corte de revogar o habeas corpus concedido ao traficante é “péssima” para o Supremo.
“Sob minha ótica ele adentrou o campo da hipocrisia, jogando para turma, dando circo ao público, que quer vísceras. Pelo público nós nem julgaríamos, condenaríamos e estabeleceríamos pena de morte”, disse o ministro ao jornal Folha de S.Paulo.
O magistrado diz que cumpriu sua obrigação de aplicar o trecho que prevê a necessidade de o juiz renovar a prisão preventiva a cada 90 dias, o que não ocorreu no caso.
Marco Aurélio diz que aplicou a legislação porque sua atuação é vinculada às normas legais. “Eu não crio critério de plantão e não sou justiceiro, não parto para o justiçamento”, diz.
André de Oliveira Macedo deixou a penitenciária na manhã de ontem (10). A defesa de Macedo afirmou que ele iria de Presidente Venceslau para Guarujá (SP). Segundo o jornal Nacional, André do Rap foi seguido por investigadores, e foi, na verdade, para Maringá. Autoridades acreditam que ele fugiu para o Paraguai.
Fonte: Metro 1