Vereador foi entrevistado no Jornal da Cidade desta quinta-feira (10)
Candidato mais votado na disputa pela Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador Jhonatas Monteiro não conseguiu se reeleger, mesmo com os seus 10.980 votos, e ficou de fora do novo Legislativo feirense. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (10), Jhonatas contou como recebeu o resultado e analisou as dificuldades da esquerda no Brasil. Para ele, esse campo político enfrenta não só uma dificuldade na comunicação, mas principalmente na conexão com as pessoas.
“Não acredito que seja só um problema de comunicação, como às vezes parece. Evidente que tem um problema de linguagem, de conseguir traduzir aquilo que são as nossas bandeiras, as nossas causas, as lutas para as pessoas. Ainda mais num momento onde a tecnologia de informação é muito determinante na forma como as pessoas se posicionam. Mas não é só isso”, disse.
“Faltam espaços de proximidade. Tem aí correntes de extrema-direita a todo momento fazendo propaganda das suas posições em determinados espaços religiosos. A esquerda não está necessariamente aí, mas onde é que ela está no cotidiano, então, dos bairros das pessoas?”, completou.
Para Jhonatas, a esquerda enfrenta um desafio no chamado trabalho de base, que é criar proximidade com as pessoas e estar no cotidiano delas, lidando com os problemas delas. Segundo o vereador, se a esquerda não reinventar essa proximidade, não conseguirá se reconstruir. “Não é só uma questão de comunicação. Nós temos que estar nos territórios onde as pessoas estão e organizar as pessoas para fazer essas lutas cotidianas, é dessa forma que elas vão ter a proximidade de saber que a esquerda, ao contrário do que dizem, não é que é contra a família, na verdade nós defendemos todas as famílias”, pontuou.
Resultado nas urnas
Ainda no Jornal da Cidade, o vereador que apesar do gosto amargo de não ter sido eleito, encarou o resultado das urnas como uma vitória. Ele revelou ainda que não pensou em mudar de partido para ter mais chances e não pretende judicializar a questão, porque acredita no sistema brasileiro. “Uma vitória com sabor amargo, porque não deixa de ser uma vitória. Na verdade, nós superamos o nosso próprio recorde na eleição de 2020. Eu já fui eleito como vereador mais votado da história do município em 2020 e agora repeti isso com cerca de 2,5 mil votos a mais. Mas, ao mesmo tempo, o nosso sistema eleitoral é marcado pela proporcionalidade. Eu acredito que a proporcionalidade contribui para que haja uma diversidade da representação nos espaços parlamentares. Mas é evidente que faltam alguns pontos de balanceamento, porque muitas vezes o sistema eleitoral se distancia muito da vontade popular”, disse
Fonte: Metro1