Dia Internacional da Mulher 2022: mensagem do secretário-geral da ONU

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Dia Internacional da Mulher 2022: mensagem do secretário-geral da ONU, António Guterres.

70% dos trabalhadores de saúde no mundo são mulheres; as mulheres fazem três vezes mais trabalho não remunerado de prestação de cuidados do que os homens. No ritmo atual, a igualdade de gênero nos cargos mais altos do poder levará 130 anos; nas Nações Unidas, metade de todos os funcionários de alto nível são mulheres.

No Dia Internacional da Mulher, celebramos mulheres e meninas em todos os lugares.

Celebramos os seus contributos para acabar com a pandemia da COVID-19.

As suas ideias, inovações e ativismo que estão a mudar o mundo para melhor.

E a sua liderança em todos os setores.

Mas também reconhecemos que em muitas áreas, o relógio dos direitos das mulheres está a atrasar.

A pandemia manteve muitas meninas e mulheres fora da escola e do trabalho.

Enfrentam o aumento da pobreza e o aumento da violência.
 
Fazem a grande maioria do trabalho não remunerado de prestação de cuidados , mas essencial para o mundo.

São alvos de violência e de abuso, só por causa do seu gênero.

Em todos os países, as mulheres estão escandalosamente sub-representadas nos corredores do poder e nas salas de reuniões das empresas.

E como o tema deste ano nos lembra, elas carregam o peso das mudanças climáticas e da degradação ambiental.

A partir de agora, no Dia Internacional da Mulher, é hora de adiantar o relógio para todas as mulheres e meninas.

Garantindo educação de qualidade para todas as meninas, para que possam construir a vida que desejam e ajudar a tornar o mundo um lugar melhor para todos nós.

Através de investimentos significativos na formação das mulheres e de trabalho digno.

Através de ações efetivas para acabar com a violência de gênero.

Através de ações ousadas para proteger o nosso planeta.

Através de cuidados universais totalmente integrados nos sistemas de proteção social.

E através de medidas direcionadas, como cotas de gênero, para que todos possamos beneficiar das ideias, experiência e liderança das mulheres em todos os lugares onde há tomada de decisões.

A desigualdade de gênero é essencialmente uma questão de poder, num mundo dominado por homens e numa cultura dominada por homens. As relações de poder devem ser invertidas.

Nas Nações Unidas, alcançamos a paridade de gênero nos cargos diretivos na sede e em todo o mundo — melhorando o nosso trabalho e representando melhor as comunidades que servimos.

Precisamos de mais mulheres ministras do Ambiente, líderes empresariais e presidentes e primeiras-ministras. Elas podem pressionar os países a enfrentar a crise climática, criar empregos verdes e construir um mundo mais justo e sustentável.

Não podemos sair da pandemia com o relógio a girar para trás na igualdade de gênero.

Precisamos de avançar o relógio dos direitos das mulheres.

Chegou a hora.

Fonte: ONU

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