Terça, 10 de Agosto de 2021 – 09:40
Após o episódio em que precisou se despir para provar que não tinha furtado mercadorias em um supermercado (leia mais aqui), o metalúrgico Luiz Carlos da Silva disse que “é difícil esquecer. Vou dormir à noite e eu lembro”.
O homem foi abordado por seguranças em um estabelecimento, em Limeira (SP), na última sexta-feira (7).
Em entrevista à EPTV, Luiz Carlos disse que mora em Iracemápolis (SP) e foi ao Centro de Limeira pesquisar preços na unidade do mercado Assaí Atacadista, onde a abordagem aconteceu.
“Andei pelo mercado todo, pesquisei os preços, e achei muito caro. Achando muito caro, eu estava saindo já, estava sem bolsa. Como estava de boné e blusa comprida, fui saindo e dois seguranças falaram: ‘dá para você encostar ali para ver se você está com alguma coisa embaixo da blusa?'”, relatou.
Segundo o relato, em um primeiro momento os seguranças pediram que ele retirasse a blusa. Na sequência, perguntaram se ele poderia levantar a camiseta. “Levantei a camiseta e ficaram olhando um para o outro. Se eles começassem a falar antes daquilo que eu mostrei para eles ‘me desculpa, você pode ir embora’, mas começaram a olhar um para outro com aquela desconfiança”, conta.
Luiz Carlos, então, decidiu tirar as demais peças de roupa para que a desconfiança acabasse. “Na hora fiquei muito nervoso e falei: ‘vou tirar a calça também’. Aí, foi nesse momento que eu tirei a roupa para ele ver que não tinha nada lá. Tirei a carteira, tirei o celular de dentro do bolso da calça. Aí ele falou: ‘não precisava fazer isso’, e eu falei: ‘vocês me obrigaram a fazer isso aí. Porque se no primeiro momento que vocês me pararam eu mostrei a vocês que não tinha nada, vocês ficaram desconfiados ainda, agora vocês viram que não tinha nada'”, disse na entrevista.
“Aí deu vontade de brigar, mas no meu pensamento, se eu for brigar eu estou errado. Então, eu comecei a chorar porque não podia bater, nem brigar, nem fazer nada”, acrescentou.
O metalúrgico de 56 anos disse à EPTV que nunca passou por situação parecida. “Morei na maior favela de São Paulo, nos anos 80 até os anos 90, nunca passei por essa situação. Sempre trabalhei, trabalhava na feira para ajudar minha mãe. Minha mãe me ensinou a nunca roubar coisas dos outros. ‘Era melhor pedir do que roubar’, ela falava. […] E porque eu iria roubar agora, sendo que eu sempre trabalhei em uma comunidade que tem tudo? Se alguém precisa de alguma coisa, todos eles ajudam”.
Fonte: Bahia Notícias